Spencer Krug

Organ music not vibraphone like I hoped | Moonface

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É feito de areia o espírito do homem que narra Return to the violence of the ocean floor, a música de abertura deste disco do Moonface. Isso aí: de areia.

Às vezes, esse espírito escorre entre os dedos do sujeito e volta à praia, ansioso para se entregar à violência do oceano. Mas aí o homem se ajoelha para catar todos os grãos e mantê-los em segurança. Parece uma tarefa impossível.

É uma imagem de pesadelo (eu, pelo menos, não conseguiria dormir tranquilamente depois de uma cena dessas). Mas que me explica muito sobre as canções e os álbuns de Spencer Krug, o “chefe de máquinas” do Moonface.

É que eles (as canções e os álbuns) sempre soaram, aqui nos meus ouvidos, como tentativas de capturar um certo sentimento de tensão — como se Krug flagrasse a luta entre aquele narrador racional e as seduções do oceano (ou da loucura, da desordem, como você preferir).

Não foi sempre assim?

Quem digita o nome Spencer Krug no Wikipedia encontra e fotografia de um homem branco com uma bandana amarela e camisa social cinza, cantando. Também descobre que esse canadense de 34 anos está (ou esteve) associado a seis projetos: Fifths of Seven, Frog Eyes, Swan Lake, Sunset Rubdown e, finalmente, o Wolf Parade, que se encontra num “hiato indefinido”.

O temperamento do compositor, afinado quase sempre numa chave obsessiva-compulsiva, “assina” cada um desses projetos (e pode ser reconhecido nos primeiros acordes de cada canção). Contudo, o hobby de Krug é criar bandas, talvez motivado pela mesma angústia que move quem não dá conta de morar numa mesma cidade por muito tempo. “Sempre gostei do estouro de criatividade que surge quando projetos começam”, disse.

Saltar de banda em banda, no entanto, não altera o que há de essencial na alma de Krug. Não é como se ele criasse vários personagens para um elenco imaginário. Não. Não é tão simples. As diferenças entre um Sunset Rubdown e um Wolf Parade, aliás, são sutis. Em cada banda, Krug acentua um ou outro traço de estilo — mas nunca deixa de ser o compositor que conhecíamos.

No caso do Moonface, o que eu ouço é uma versão degenerada do som do Sunset Rubdown (a próxima fase, mais árdua, no jogo de videogame): sintetizadores grosseirões, estridentes (o disco, não à toa, se chama Organ music), em faixas permanecem conosco por tempo demais (durante e depois da audição). Existe algo único, algo bestial e estúpido nessas faixas, mas demoramos para perceber o que ele representa.

Às vezes, Krug deixa a impressão de que responde com deboche à indietrônica supostamente agressiva (mas com intenções cada vez mais comerciais) do Handsome Furs, projeto de Dan Boeckner, colega de Wolf Parade. A música de Dan mostra limites bem definidos (o que, para mim, não é um problema por si só), enquanto que Krug se lança ao mistério, se afoga antes que o afoguem (taí o tal oceano que suga a alma do personagem que abre o disco).

Sozinhos, eles libertam os gostos extremados, pessoais, as idiossincrasias que eram um tanto que amortecidas pelo espírito de “trabalho de grupo” do Wolf Parade.

Hoje admito que sinto até um pouco de alívio com o “recesso” do Wolf Parade. Porque uma banda é apenas uma banda, e tanto Spencer Krug quanto Dan Boeckner não pareciam se sentir confortáveis com expectativas e pressões que, ao fim e ao cabo, nada tinham a ver com arte.

Krug, principalmente ele, parece ver os discos e a condição de músico de uma maneira fluida e intensa. Cada disco é uma aventura que precisa ser seguida por outra. Um disco pode ser que não seja apenas o capítulo de uma obra longa, mas um livro com começo, meio e fim. Ir matando bandas e discos pode ser um esporte saudável, quando se fala num compositor tão inquieto.

Com apenas cinco faixas (mas faixas por vezes intermináveis, exaustivas), Organ music me parece um prólogo. Ou uma nota de rodapé. Há faixas que soam diretas (Ocean floor é das mais pessoais que Krug gravou). Outras remetem a temas que aparecem em discos do Wolf e do Sunset (Fast Peter, sobre um homem que deixa a cidade para viver com a mulher que ama, é mais uma a tratar da angústia por mudança, êxodo). E há as que prolongam os climas prog/psicodélicos de Dragonslayer: Shit-hawk in the snow é The Doors produzido com os equipamentos (e o desencanto) de Unknown pleasures (mas reduzir o som a essas duas referências seria, francamente, simplificar tudo).

O disco fecha com uma maré quase mansa, mas espessa. Krug confessa: “Talking Heads me dá saudade dos meus amigos”. Um coração frouxo faz planos frouxos. E o álbum termina. Talvez programado para a autodestruição. E vai deixando um barulho que nos atrai e repele — tentamos capturar a alma de Krug, mas ela novamente escorre entre nossos dedos.

(Uma conclusão, apenas: talvez seja o disco menos extraordinário de Krug, mas o homem nunca escreveu canções com desfechos tão bonitos, morrendo e brilhando mar adentro. Emociona.)

Primeiro disco do Moonface. Cinco faixas, com produção de Spencer Krug. Lançamento Jagjaguwar Records. 77

Expo 86 | Wolf Parade

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Blogs são depósitos de bobagens, não são? Não tem editor olhando, então fulano se sente confortável para escrever qualquer sandice. Não tem produtor bancando, então sicrano vai lá e faz textos quilométricos, que não terminam nunca e mal fazem sentido. Quase não existe público, daí beltrano pode andar pelado na cozinha, pagando mico à vontade.

E você sabe disso, não? Você entende a lógica, certo? Você sabe que não deve levar-nos muito a sério, não é? Mas digo uma coisa: os melhores textos sobre Expo 86, o terceiro disco do Wolf Parade, serão encontrados em blogs. Sim, engula isto: em blogs.

(Talvez também em diários secretos de adolescentes, mas infelizmente não teremos acesso a eles. Não em microblogs, a menos que divididos em cinco ou seis sentenças febris)

Por quê? É que álbuns como este, arquitetados para provocar impacto imediato, excitação e surpresa, cobram respostas tão urgentes quanto o som que vaza nos fones. Escritas de madrugada, após a terceira audição. Rabiscadas no intervalo do almoço, com a pressa de quem tem que voltar logo ao trabalho. Confeccionadas no recreio, em bilhetinhos lambuzados de mostarda. É um disco que nos obriga a gritar alguma coisa sobre ele. Alguma coisa. E já.

O lançamento está marcado para 29 de junho. Anote na agenda. Nesse dia, você vai ler as avaliações de resenhistas profissionais que, em parágrafos objetivos, tentarão camuflar o baque provocado pelas primeiras audições do disco. Pobres almas. É para isso que servem as resenhas, certo? Explicar os porquês, ordenar comparações, contextualizar a obra e convencer-nos da relevância de alguns argumentos mui racionais que nos ajudam a defender nossas convicções.

Aposto que nove entre dez resenhas vão sublinhar o fato de que este disco foi gravado em apenas um mês, sem overdubs (no espírito “hey-ho-let’s-go”), e que soa mais direto, afiado e reluzente do que os anteriores. Não somos atirados, por exemplo, no pântano sinistro e anticomercial de At Mount Zoomer (2008), produzido pelo próprio grupo. Nem nas assombrações lindamente juvenis de Apologies to the Queen Mary (2005), um dos grandes discos dos anos 00.

Expo 86, dirão os resenhistas, soa mais como um statement, um atestado de “maturidade” (ou, vá lá, como uma correção de rota): após o “disco difícil”, a força criativa dos canadenses é condensada em um projeto mais acessível, meio que dançante, enérgico, arejado por sintetizadores e versos até compreensíveis (“Eu sou um desastre”, avisam, em In the direction of the moon, e desta vez conseguimos entendê-los!).

Depois do suicídio comercial, o renascimento.

Mas isto é um blog, ok? Então, por alguns parágrafos!, esqueça os críticos profissionais. Eles que se arranjem. Entender por que este é um belo disco não explica as sensações que ele provoca. Experimente ouvi-lo em volume altíssimo enquanto dirige nas vias da cidade: o golpe das guitarras equivale ao disparo de um airbag. Primeiro o susto, depois o conforto (e o conforto, creio eu, é provocado pela doçura dos sintetizadores, que amolecem canções como a tocante, deslumbrante Ghost pressure, e a lânguida Oh you, old thing).

Para quem havia se adaptado ao Wolf Parade arredio de At Mount Zoomer, o choque é ainda mais pesado. Naquele disco, produzido pela própria banda, os sons nos cobriam em lama e lodo: prog-rock para fitas de zumbis (e eu sou suspeito para falar sobre o disco; me afeiçoei pelo cachorro de três patas). Expo 86 é o oposto disso, o “lado a” para aquele “lado b”. É pós-punk para fitas de ação.

Quando fazemos algum esforço, conseguimos visualizar, entre uma faixa e outra, uma banda correndo dentro do estúdio, excitadíssima com as próprias canções, com pressa para gravar, mixar, concluir o trabalho e mostrar-nos o resultado (não à toa, eles pretendiam lançar um disco duplo – felizmente, a Sub Pop parece tê-los convencido a selecionar as cerejas). É, apesar dos versos ainda muito agoniados, um disco que sorri para si mesmo e para o público. Nada como o som de uma banda de rock no auge, feliz consigo mesmo.

E ainda me parece um mistério: como eles conseguiram forjar uma sonoridade tão coesa? Ao contrário dos álbuns anteriores, não é fácil identificar quais das canções têm a assinatura de Spencer Krug e quais pertencem a Dan Boeckner (claro, Spencer é o mais doentio da dupla, mas agora Boeckner não fica muito atrás). Todas parecem sonhar com uma jam session pirada com a participação de David Bowie, King Crimson, Gang of Four e Talking Heads.

Mas há como identificar a origem dessa confraria bizarra: aparentemente, Dan conseguiu convencer Spencer a usar os sintetizadores que ele adota no projeto The Handsome Furs. E Spencer, em retribuição, impregnou o disco com a agonia quase enlouquecedora do Sunset Rubdown. O importante é que todos saíram ganhando: o Wolf Parade, está mais claro do que nunca, é o lar para onde Spencer e Dan retornam após longas aventuras.

Mas pode não ter acontecido nada disso. Este texto hilariante de divulgação, assinado por Steve Martin (?), sugere que o álbum é uma ode à amizade: o título seria uma referência a uma grande exposição de ciência organizada em Vancouver, em 1986. Todos os integrantes, por coincidência, se conheceram naquela ocasião, aos 10 ou 11 anos de idade. E fizeram um pacto: formar um grupo de rock quando crescessem.

Invencionices à parte (mas olhe lá: eles até que têm um excelente senso de humor!), nunca as afinidades musicais dos quatro amigos soaram tão homogêneas. A parábola aloprada faz sentido. Expo 86 é o som de uma banda, não de compositores talentosos que jogam cartas de vez em quando. E, nesse reencontro, o que nasce é um animal tão feroz quanto adorável, um bicho de estimação com dentes pontiagudos. Nós amamos sentir medo dessa fera. 

“Eu tive um amigo que era um gênio, mas ninguém nunca escutou o que ele disse”, conta Spencer em What did my lover say? Pois bem: desta vez eles serão ouvidos.

É que a hora é esta. E, para a sorte de uma horda de blogueiros ansiosos (ainda impressionadíssimos, pelo menos por enquanto), o Wolf Parade não deixa o momento escapar.

Terceiro disco do Wolf Parade. 11 faixas, com produção de Howard Bilerman. Lançamento Sub Pop. 9/10

Dragonslayer | Sunset Rubdown

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sunsetQuando estivermos velhinhos e finalmente decidirem escrever um livro parrudo e ambicioso sobre a música pop do início do século 21, haverá lugar para Spencer Krug?

Consigo imaginar alguns dos capítulos dessa obra: 1. O “novo rock” nova-iorquino: Strokes, Yeah Yeah Yeahs, Interpol e congêneres; 2. O avanço do mp3 e a retração do CD – estudo de caso: Radiohead e o fim dos tempos; 3. Fragmentação e hibridismo no rock independente: Sufjan Stevens, Arcade Fire e as possibilidades criativas do álbum; etc. O livro seria publicado por uma editora de hippies e distribuído no circuito universitário. No coquetel de lançamento, roqueiros nostálgicos e calvos, com barbas brancas e bastões coloridos à new rave.

Uma bela cena. Acontece que Spencer Krug provavelmente não será lembrado por ninguém. Aposto. As injustiças estão em todo canto, não? Vou fazer minha parte: copiar os arquivos de Dragonslayer num CD-R e escondê-lo num cofre programado para ser aberto em 2050. Taí minha contribuição para o futuro das nossas criancinhas.

Spencer Krug tem 32 anos, é canadense, guitarrista e compositor, toca num punhado de bandas de rock geniais e isso é tudo o que sei sobre ele. Todo fã de rock sonha em roubar duas horas do ídolo com perguntas que nada têm a ver com música. Eu conversaria com Krug sobre cinema. Para mim, tudo o que ele canta e grava sugere planos, travellings e efeitos visuais. Apesar de obviamente cinematográfico, o rock de Krug não me remete a um filme específico ou a um cineasta. Soa como intensa e interminável trilha sonora para uma obra misteriosa, ainda inédita.

Por que um compositor capaz de imaginar cenas tão sugestivas será esquecido completamente? É que a arte de Krug fica no meio do caminho entre o que há de mais urgente no pop contemporâneo (numa frase: é uma voz que poderia ter vindo de qualquer país, de qualquer década, de qualquer geração, simultaneamente Bowie, Francis e Bejar) e o que existe de mais ultrapassado (a ambição de transformar cada álbum num capítulo de uma longa obra em progresso, na tradição do rock progressivo dos anos 70; as canções perdem muito do sentido quando distribuídas separadamente).

Mas é essa dualidade que me aproxima do sujeito. Em 2050, se alguém precisar de um exemplo para os paradoxos desse período de transição do pop, encontrará um bom material de reflexão em álbuns como At Mount Zoomer (do Wolf Parade, onde o prog rock encontra o blog rock) e este Dragonslayer (que soa prog até no nome, mas é gravado com os procedimentos do novo garage rock). Krug personifica uma série de contradições e o som que produz pode ser chamado de esquizofrênico sem que isso pareça um defeito.

No Wolf Parade, a “banda oficial”, Krug negocia muitas das decisões com Dan Boeckner, um compositor mais dócil e afinado a formatos convencionais de indie rock. Para quem procura um close-up do compositor, será inevitável recorrer ao Sunset Rubdown, que funciona como uma espécie de laboratório de ideias. Uma combo underground no sentido datado da palavra: experimental, “difícil”, despreocupada com mercados (vale reforçar que, hoje, o indie rock transformou-se numa opção viável e rentável ao mainstream, vide casos como Sub Pop, Matador Records e Merge).

É no Sunset Rubdown que Krug expurga loucuras sem qualquer tipo de filtro. O primeiro disco, Snake’s got a leg, de 2005, era um projeto solo. A partir de Shut up I am dreaming (de 2006, cujo título resume o tom simultaneamente agressivo e onírico do projeto), passou a alimentar uma banda paralela, que se transformaria num monstro irreconhecível em Random spirit lover (2007), o disco maldito desta década.

Em Randon spirit lover, o interesse de Krug era testar as possibilidades de estúdios de gravação. Era um álbum-colagem, fantasmagórico, superproduzido (para padrões indies) e frágil. Um disco que, radical, dividiu até os fãs do Wolf Parade (eu mesmo ainda não sei por onde começar). Dragonslayer foi concebido como uma reação àquela besta: uma obra “direta, natural e honesta”, com improvisações que poderiam ter sido captadas numa performance ao vivo. “A banda espera que o álbum soe como um amigo que parece normal, mas que, quando você o conhece intimamente, revela-se claramente um louco.” (eles avisam, no texto de divulgação).

Não preciso dizer que é daqueles discos que imploram para serem mastigados lentamente – mais um motivo para que ele se perca do radar de uma crítica cada vez mais apressada (e que prefere ser conquistada de imediato, vide a reação quase unânime ao novo do Yeah Yeah Yeahs). As canções começam de um jeito e terminam de outro. As referências a dragões, deuses, virgens, príncipes, castelos e personagens bíblicos podem parecer barrocas demais para quem nunca abriu um livro de RPG (mas eu nunca abri um desses, vejam só). E, numa tacada só, deve ser um martírio atravessar uma faixa de 10 minutos, duas de seis e três de cinco (a mais curtinha dura 3:48).

Mas, para quem se desafia a aprender as regras de um universo musical (e o mundo de Krug está mais para os delírios de Rufus Wainwright que para os contos de fadas sombrios do Modest Mouse), Dragonslayer sobreviverá como dos jogos mais brilhantes do ano. O rock de Krug é tão cerebral quanto emotivo, e descobrir a existência dessa faceta dupla é a chave para entrar no disco.

As oito canções desenham cenários surrealistas – como nos sonhos, até as cenas mais ridículas provocam enorme impacto sentimental. As primeiras audições do disco nos soterram de forma implacável. A primeira faixa, Silver moons, é um fluxo de consciência sobre lembranças. “Eu acredito em envelhecer graciosamente”, diz Krug, antes de descambar num incompreensível “debaixo das rendas do vestido que você usa há um oceano e uma maré e uma rebelião numa praça.” A seguinte, Idiot heart, desaba feito um surto epiléptico. “Nunca fui um bom dançarino, mas conheço o suficiente para saber que você deve mexer o seu corpo idiota”, ele ordena. Com guitarras pontiagudas, tensas, os acordes nos atingem nos rins.

Não é fácil seguir adiante, mas o disco vai se abrindo maravilhosamente a outros cenários. Paper lace, a faixa mais exótica, lê a psicodelia do The Doors numa estética lo-fi, vazia de ornamentos. “O que existe no coração das meninas bonitas?”, Krug quer saber. Em Nightingale/December song, ele dança sob estrelas cadentes. “Nós somos chamas solitárias”, canta. Os 10 minutos de Dragon’s lair resultam no clímax perfeito para o álbum: um solo repetitivo de guitarra que costura os climas de uma guerra imaginária. “Esta é para os críticos e suas mães decepcionadas”, diz a letra. Não me pergunte por que.

(O álbum todo sugere o que teria acontecido se Viva la vida, do Coldplay, tivesse sido produzido inteiramente num manicômio).

Mais aventureiro que Shut up I am dreaming e não tão impenetrável quanto Random spirit lover, Dragonslayer é meu álbum favorito do Sunset Rubdown (e um pouco aquém de Apologies to the Queen Mary, do Wolf Parade, mas só um pouco). O que eu guardaria num cofre para abrir quando todos estivermos velhos e cansados dos artifícios da música pop. Um disco imponente de rock progressivo que também pode ser interpretado como a soul music do futuro. Spencer Krug sangra do alto de uma torre medieval. “Meu coração é um reino onde o rei é um coração”, ele avisa. O sonho ainda pulsa.

Quarto álbum do Sunset Rubdown. Oito faixas, 48 minutos de duração. Lançamento Jagjaguwar Records. 8.5/10