MTV

Os discos da minha vida (12)

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Diretamente de São Paulo, numa manhã ensolarada de segunda-feira, seguimos com a radiante saga dos discos que se instalaram na minha vida: os pestinhas que, às vezes sorrateiramente, chegaram e ficaram. Os 100 que eu levaria para uma ilha deserta.

Vocês sabem como funciona: os critérios para o ranking são duvidosos, muito pessoais e, por isso, nem adianta ficar pedindo por esse ou aquele disco que talvez tenha marcado a sua vida. Quando terminarmos esta louca viagem em torno do dedão do meu pé, prometo compor uma lista dos álbuns que considero os mais importantes – os que mais admiro. Mas adianto que ela não vai ter muita graça.

Os discos da minha vida é um top 100 ególatra. E isso me deixa um pouco envergonhado. Mas, para não torná-lo totalmente inútil, facilito o atalho a minhas lembranças com links de bons álbuns que, se você não conhece, deveria conhecer. Entenda assim: os links são a recompensa por sua infinita paciência, caro leitor.

Na edição de hoje (por coincidência?), dois discos que nada têm a ver um com o outro. Boa viagem.  

078 | Post | Björk | 1995 | download

Post será lembrado como o disco mais lúdico, mais colorido (a capa não mente), mais brincalhão (a palavra em inglês cai melhor: playful) de Björk. Depois dele, o céu da islandesa fecharia em cumulus cinzentos (um cenário de beleza incomum, como no  irrepreensível Homogenic). Para mim, no entanto, é um álbum memorável por outro motivo: ele resume o meu amor pelos videoclipes – um sentimento muito típico entre aqueles que viveram a adolescência nos anos 90, auge da MTV. Ouvir o disco é relembrar imagens: a graça naive de It’s oh so quiet, o preto-e-branco mágico de Isobel, o game melancólico de Hyperballad, o surrealismo pateta de Army of me; Spike Jonze e Michel Gondry. Um disco que inspira todas essas cenas inesquecíveis só pode conter, ele próprio, algo de fantástico. Top 3: Isobel, It’s oh so quiet, Hyperballad

077 | Off the wall | Michael Jackson | 1979 | download

Na minha vida, existe o Michael Jackson da infância (o branquelo marrento de Bad, que embalava os meus seis, sete anos) e o Michael Jackson de uma época em que a música já não me soava tão inocente. Foi nesse período – aos 20, 21 – que eu finalmente descobri Off the wall. Na minha adolescência, Michael era apenas um tipo excêntrico e afetado a ser combatido por meus ídolos. Depois percebi, principalmente nos primeiros discos dele, o menino amaldiçoado (já que imensamente talentoso e solitário) que se ocultava na euforia da disco music sintética. Sabemos como a tragédia termina: mas, em retrospecto, Off the wall continua a me fascinar como um dos ritos de passagem mais bonitos da história do pop: o garoto cresceu e venceu; apenas isso. Soa libertador. Top 3: Rock with you, Don’t stop til you get enough, Burn this disco out.

Giving up the gun | Vampire Weekend

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No clipe de Giving up the gun, uma das faixas mais surpreendentes de Contra (e que, reconheça, parece sim ter saído do repertório do Postal Service), o Vampire Weekend faz um pocket show para uma esquentada partida de tênis que envolve celebridades como Jake Gyllenhaal, RZA, Lil Jon e Joe “Eu já sabia que o sujeito era cool” Jonas. Lá pelas tantas, dois sujeitos vestindo capacetes de motoqueiro dão o ar da graça – mas aposto que eles não têm nenhum parentesco com o Daft Punk. A brincadeirinha é dirigida pelos irmãos Malloy, que (também aposto!) vão finalmente transformar esta nossa querida banda indie num fenômeno do YouTube e da MTV.

AO VIVO | Video Music Awards 2008

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Começa agora a cobertura mais esquizofrênica do Video Music Awards em todos os tempos! Com expectativa reduzidíssima de público (não dá pra competir com jogo do Brasil, né mesmo?), este blog quebra os próprios limites, avança rumo ao desconhecido, arrebenta a boca do balão – ainda que ninguém se importe muito com isso. Esta é nossa primeira transmissão ao vivo. Na vida. No planeta. É histórico, minha gente.

00h20: Para fechar este liveblogging meia-boca, uma rápida análise do evento: como vocês perceberam, a Britney Spears papou tudo. Deu a volta por cima. Deu uma de Mickey Rourke e tal. E o Tokio Hotel é a revelação do ano. E o apresentador é um mala. E o Brasil ganhou o jogo. E também sou filho de Deus. E boa noite. 

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