Michael Jackson

Os discos da minha vida (12)

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Diretamente de São Paulo, numa manhã ensolarada de segunda-feira, seguimos com a radiante saga dos discos que se instalaram na minha vida: os pestinhas que, às vezes sorrateiramente, chegaram e ficaram. Os 100 que eu levaria para uma ilha deserta.

Vocês sabem como funciona: os critérios para o ranking são duvidosos, muito pessoais e, por isso, nem adianta ficar pedindo por esse ou aquele disco que talvez tenha marcado a sua vida. Quando terminarmos esta louca viagem em torno do dedão do meu pé, prometo compor uma lista dos álbuns que considero os mais importantes – os que mais admiro. Mas adianto que ela não vai ter muita graça.

Os discos da minha vida é um top 100 ególatra. E isso me deixa um pouco envergonhado. Mas, para não torná-lo totalmente inútil, facilito o atalho a minhas lembranças com links de bons álbuns que, se você não conhece, deveria conhecer. Entenda assim: os links são a recompensa por sua infinita paciência, caro leitor.

Na edição de hoje (por coincidência?), dois discos que nada têm a ver um com o outro. Boa viagem.  

078 | Post | Björk | 1995 | download

Post será lembrado como o disco mais lúdico, mais colorido (a capa não mente), mais brincalhão (a palavra em inglês cai melhor: playful) de Björk. Depois dele, o céu da islandesa fecharia em cumulus cinzentos (um cenário de beleza incomum, como no  irrepreensível Homogenic). Para mim, no entanto, é um álbum memorável por outro motivo: ele resume o meu amor pelos videoclipes – um sentimento muito típico entre aqueles que viveram a adolescência nos anos 90, auge da MTV. Ouvir o disco é relembrar imagens: a graça naive de It’s oh so quiet, o preto-e-branco mágico de Isobel, o game melancólico de Hyperballad, o surrealismo pateta de Army of me; Spike Jonze e Michel Gondry. Um disco que inspira todas essas cenas inesquecíveis só pode conter, ele próprio, algo de fantástico. Top 3: Isobel, It’s oh so quiet, Hyperballad

077 | Off the wall | Michael Jackson | 1979 | download

Na minha vida, existe o Michael Jackson da infância (o branquelo marrento de Bad, que embalava os meus seis, sete anos) e o Michael Jackson de uma época em que a música já não me soava tão inocente. Foi nesse período – aos 20, 21 – que eu finalmente descobri Off the wall. Na minha adolescência, Michael era apenas um tipo excêntrico e afetado a ser combatido por meus ídolos. Depois percebi, principalmente nos primeiros discos dele, o menino amaldiçoado (já que imensamente talentoso e solitário) que se ocultava na euforia da disco music sintética. Sabemos como a tragédia termina: mas, em retrospecto, Off the wall continua a me fascinar como um dos ritos de passagem mais bonitos da história do pop: o garoto cresceu e venceu; apenas isso. Soa libertador. Top 3: Rock with you, Don’t stop til you get enough, Burn this disco out.

Meet me in the basement | Broken Social Scene

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Indignado com os rumos do planeta? Insatisfeito com os nossos governantes? Use o videoclipe! O novo do Broken Social Scene, criado por um fã que prefere ficar no anonimato, vale por mil panfletos: produzido como uma resposta aos protestos que marcaram as reuniões da cúpula dos G20 em Toronto, o molotov espirra em Obama, Clinton, Tyra Banks, Michael Jackson, no Google, no YouTube, na M.I.A. e na Pepsi. Assista em slow motion: Michael Moore aprovaria.

A day in the life | Neil Young e Paul McCartney

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Caramba, emocionante isso.

No Hyde Park,em Londres, sábado à noite, Paul McCartney praticamente invadiu o show do Neil Young para dividir o microfone numa obra-prima dos Beatles.

Agora repare na letra. Não sei se eles calcularam uma homenagem ao Michael Jackson, mas está tudo ali. “I read the news today, oh boy…”

Pelo visto, eles levaram ao pé da letra o conselho do Jacko: “heal the world, make it a better place”… E agora deixem-me voltar ao trabalho, ok?