Little Joy

Next time around | Little Joy

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Neste clipe em 8mm, os chapas do Little Joy tira férias num Rio que nunca existiu. Passeiam num fusquinha, entornam latinhas de Skol e transformam o bondinho do Pão de Açúcar num point hippie. O clima de alegria é tão contagiante que… alguém pode me informar que substância eles andam tomando no café da manhã?

2 ou 3 parágrafos | Little Joy em Brasília

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Na intensa correria da minha vida banal, acabei esquecendo de escrever dois ou três parágrafos sobre o show do Little Joy aqui em Brasília, que lotou sábado passado o pequeno Espaço Brasil Telecom  (e aproveito o momento para abrir um modesto puxadinho aqui do blog chamado 2 ou 3 parágrafos, dedicado a textinhos que morrem na praia).

No palco, talvez instigada pelos fãs enloquecidos do Los Hermanos, a banda reforçou a informalidade do disco: poucas vezes vi um Rodrigo Amarante tão animado. E quem esperaria encontrar um Fabrizio Moretti que, além dos elogios rasgados a Brasília, puxaria um coro de Último romance, só para provocar o vocalista (que, meio constrangido, quase se escondeu debaixo das poltronas do teatro)?

Os 50 minutos de pocket-performance funcionaram como uma espécie de contraponto para o show do Marcelo Camelo (sem querer forçar comparações, imagiiina) – despreocupado, ensolarado, uma tarde na piscina (e, nessas condições, até a voz miúda de Binki Shapiro fica simpática). Mas, apesar da vitória do Los Hermanos sobre o Strokes, o grande momento foi mesmo a cover de This time tomorrow, do Kinks. Será que o Amarante também ficou de quatro por Amantes constantes? Ponto para ele.

Little Joy | Little Joy

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A melhor definição para o projeto de Rodrigo Amarante (Los Hermanos) com Fabrizio Moretti (Strokes) é o nome da banda: uma alegriazinha.

Quando o trio (formado ainda por Binki Shapiro) decidiu se batizar com o nome de um bar de Los Angeles, acertou em cheio: mesmo que não queira, parece ostentar um certo orgulho de ser pequeno. De uma banda chamada Little Joy, não esperamos muito além de leveza e despretensão – e cá estamos num típico resort para artistas pop em férias.

Mas não é só isso. Se é esse o formato escolhido (indie, desencanado, sem ambições de faturar alto na bilheteria ou de “começar de novo”), então Little Joy supera expectativas. É quase uma pequena grande banda (e acredito que esse é o maior elogio desejado por eles), que parece ter nascido do pacto de desenhar uma ponte aérea musical entre Rio e Los Angeles. Nem lá nem cá, a banda se move num pop global que, com influências tanto de reggae quanto de standards norte-americanos, combina com o paladar de um Vampire Weekend, de um Ra Ra Riot. 

Como nos projetos de Albert Hammond Jr e de Marcelo Camelo, dá para notar o rescaldo das bandas-matrizes. Evaporar, a única em português, tem a atmosfera mansa de 4, do Los Hermanos (e, sutil, é uma bela surpresa para confundir quem esperava de Amarante algo muito diferente do Camelo solo). Já Keep me in mind lembra a estrutura de uma canção do Strokes, com guitarras tão nervosinhas quanto econômicas (e o curioso aí é como Amarante sobrepõe uma típica melodia do Los Hermanos a essa marca registrada).

Sem negar o passado (nem o deles, nem o da música pop), o Little Joy usa peças conhecidas para formar um painel particular. O clima vintage que paira sobre a gravação é ainda mais pesado que o do primeiro álbum do Strokes, com o cuidado de não agigantar os arranjos e as interpretações das canções. É essa obsessão minimalista que ressalta os detalhes de cada faixa: como os sopros em Brand new start, com cara de single, ou o corinho na abertura de Play the part.

Novato precavido, o Little Joy não dá grandes saltos (e, como band leader lânguido, com um inglês impecável, Amarante vai longe especialmente na ótima Shoulder to shoulder). O que ainda não tem – e talvez nem queira ter – é uma marca capaz de espantar de vez a impressão de que estamos ouvindo apenas um divertido brainstorming entre amigos famosos. Um prazerzinho dos bons – mas que, por enquanto, não provoca frio na barriga.

Primeiro álbum do Little Joy. 11 faixas, com produção de Noah Georgeson. Rough Trade. **