Kool and the Gang

Os discos da minha vida (11)

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Cá estamos num novo episódio da saga mais torturante da blogosfera brasileira: a cada semana, dois discos que sonorizaram a minha vida. No total, são 100. A boa notícia é que, após uma peregrinação longa e pouco frutífera, chegamos à casa dos 70.

A má notícia é que, vocês sabem, esta é uma lista obedece a critérios muito particulares, sentimentais e, por isso, contém idiossincrasias que não interessam a ninguém. Culpa minha, foi mal. Mas eu avisei desde o início!

Depois de um capítulo melancólico, com discos bonitos porém tristíssimos, esta segunda-feira chuvosa nos brinda com canções ensolaradas que, por coincidência, remetem à imagem de um fim de tarde à beira-mar. Não está quente, a maré subiu e os bombeiros não nos deixam cair na água. Mas admire a paisagem.

Lembrando que vocês podem fazer o download destes discos praianos e experimentar um pouco deste verão sem fim. Que não é bem verão, se vocês observarem com atenção. 

080 | Music from the motion picture Pulp Fiction | Vários | 1994 | download

A trilha ou o filme? O filme ou a trilha? Pulp Fiction me deixa em dúvida. Não parei para contar as tantas vezes em que revi o filme – de longe, o favorito da minha adolescência. Há momentos em que revejo o filme para voltar a uma determinada cena que me agrada por conta da canção. E há os dias em que volto à trilha para lembrar de uma sequência que parece ter sido feita para preencher os espaços entre os acordes. Uma coletânea genial que, tal como a trilha de Bom Dia, Vietnã, ajudou a formar meu gosto musical: sem Tarantino, eu não teria conhecido Dusty Springfield e Kool & The Gang. Pelo menos não aos 15 anos. Top 3: Jungle boogie, Son of a preacher man, Let’s stay together.   

079 | Surf’s up | The Beach Boys | 1971 | download

Quando se remonta na trajetória dos Beach Boys, os anos 70 são lembrados como um período de poucos hits e discos irregulares, colchas de retalhos costuradas às pressas e com material às vezes duvidoso. Mesmo submersa em loucura e pressões comerciais, no entanto, a banda compôs discos extraordinários usando apenas os cacos de projetos que sempre pareceram extravagantes, complicados demais. É o caso de Surf’s up, que usa uma canção do abortado Smile como partida para uma ciclo de canções que tem algo de aquático (o clima lembra muito Person pitch, do Panda Bear, sem a cacofonia). Wilson fecha o álbum com duas obras-primas que me trituram todas as vezes em que as ouço, a começar por Til I die. Wilson, vocês notarão no decorrer desta lista, é um dos meus heróis. Top 3: Surf’s up, Til I die, Don’t go near the water.