Jonas Brothers
Giving up the gun | Vampire Weekend
No clipe de Giving up the gun, uma das faixas mais surpreendentes de Contra (e que, reconheça, parece sim ter saído do repertório do Postal Service), o Vampire Weekend faz um pocket show para uma esquentada partida de tênis que envolve celebridades como Jake Gyllenhaal, RZA, Lil Jon e Joe “Eu já sabia que o sujeito era cool” Jonas. Lá pelas tantas, dois sujeitos vestindo capacetes de motoqueiro dão o ar da graça – mas aposto que eles não têm nenhum parentesco com o Daft Punk. A brincadeirinha é dirigida pelos irmãos Malloy, que (também aposto!) vão finalmente transformar esta nossa querida banda indie num fenômeno do YouTube e da MTV.
A LITTLE BIT LONGER | Jonas Brothers
A cartilha do power pop aplicada por Nick, Kevin e Joe, três moleques que têm o mundo do pop nas mãos e gravam canções inofensivas com o aval da Disney – mas que, se você não se importar muito com esse detalhe, soarão como uma perfumadinha versão teen do Fountains of Wayne.
Criados desde cedo com cereais selecionados, os irmãos aparentemente foram formatados para preencher a brecha de mercado aberta com a decadência do Hanson. Mas me parecem ainda mais eficientes que Isaac, Taylor e Zac. Pelo menos o são neste A little bit longer, um álbum abertamente comercial que não nega os objetivos práticos de praxe (preencher a programação do Disney Channel, bombar nos parques temáticos etc) e, mesmo assim, trata com sensatez as referências musicais que escolheu para si. É um disco bastante correto – mais ou menos o que se espera de um trio de estudantes aplicados que, sob pena de ficar de castigo virado para a parede, não tira menos que 8 nas provas.
Até as baladas (que, em tese, soariam insuportáveis de tão derramadas) não exageram tanto na dose. A faixa-título, uma confissão de Nick sobre a vida dura de um diabético, parece mais sincera e até desconcertante do que esperávamos de um álbum com esse formato e essas ambições. Eu não queria estar na pele deles. Próximo capítulo desta história: os garotos certinhos saem com os guarda-costas para um passeio nas casas noturnas de Los Angeles, se revoltam contra a vigilância paterna e são reprovados no teste do bafômetro. Ah, a maturidade.
Ainda não estamos lá. A little bit longer é o som da inocência (ainda que tardia, já que o mais velho tem 20 aninhos). E, bom, pelo menos sem a aparência artificial que se encontra quase sempre nesse tipo de caça-níquel infanto-juvenil. Eu, que não assisto aos programas de tevê nem sob tortura, não me importaria se eles enchessem os cofres do papai com mais alguns milhões de dólares às custas de guitarras altas e refrãos tolos. Isto também é rock ‘n’ roll – e sejam honestos: quem aí já não foi um dia um menino ingênuo e milio… hum, esquece.
Terceiro disco do Jonas Brothers. 12 faixas, com produção de John Fields. Hollywood Records. **