Jards Macalé
Meu segredo é que sou rapaz esforçado
Vi ontem o show do Jards Macalé e foi lindo. Quase ninguém no teatro, mas foi o máximo. Aliás, um constrangimento. Quase ninguém no teatro. Umas dez pessoas. Mas, tirando isso, foi um negócio.
Ele fez uma paródia do Gilberto Gil, imitou o João Gilberto e exigiu que parem de chamar o Galeão de Aeroporto Internacional Tom Jobim (já que, e fica muito engraçado quando ele conta, cada vôo atrasado difama o nome do sujeito).
Aí vim pra casa e ouvi uma fita-cassete que eu gravei quando eu tinha 16 pra 17 anos de idade. Uma tristeza infernal. Mas, no meio do repertório sofrível, encontrei uma musiquinha bonita meio Elliott Smith meio Mallu Magalhães chamada Se você voltar. Não é que, se eu tivesse me dedicado à arte um pouco mais, talvez eu tivesse virado um ídolo indie (mas na época não havia MySpace, daí que dificultava tudo)?
Antes do Macalé vi o Ensaio sobre a cegueira. E fiquei pensando com os botões que não uso: que preguiça de escrever uns muitos parágrafos pra um daqueles textos enfadonhos com foto retangular no topo! E aí pensei no monte de compromissos que tenho e que não interessam a quase ninguém. E que daqui a uns dias entro de férias e ainda estou que nem a heroína daquele filme do Rohmer, feito estátua diante de uma pista larga de areia sem saber pra onde ir.
Como diria o poeta, meu segredo é que