Igreja
Robot hands | Starkey
O dubstep frenético de Starkey pode, sim, inspirar experiências religiosas. Pelo menos é o que sugere este vídeo encapetado de Robot hands. Dirigido por Josh Cohen, editado por Doug Lussenhop e programado para nos infernizar num loop infinito para todo o sempre, amém.
2 ou 3 parágrafos | Anjos e demônios
Não sei se captei corretamente a lição deste thriller meio apalermado, mas acredito que ele nos ensina algo importante: toda igreja é formada por seres humanos, todos os seres humanos são falhos e alguns padres sobrevivem a extraordinárias quedas de helicóptero. É por aí?
De qualquer forma, Anjos e demônios (5/10) é um avanço tremendo se comparado ao sorumbático O código Da Vinci. Ron Howard, o faz-tudo, finalmente parece ter entendido que os livros de Dan Brown devem ser tratados unicamente como pretexto para filmes B que não valem um tostão. Com padres voadores. Bombas que contêm chaves para a origem da vida. E um simbologista preparadíssimo, mais atento e sagaz que centenas de oficiais da pateta polícia italiana (já os guias turísticos, meu bom deus, têm doutorado e o diabo a quatro).
Os personagens são divididos em dois grupos: os que pensam rápido demais e os que têm segundas intenções (e jacas no lugar dos cérebros). Ewan McGregor capta o espírito da coisa, hilariante como uma espécie de Gugu Liberato do Vaticano. Imagino que, com um diretor mais delirante (John Woo?) e tramas escritas pelos roteiristas de Lost e 24 horas, teríamos uma bela franquia (televisiva) de ação. Mas Ron Howard é carola demais para tratar a santa casa como parque de diversão. Daí o mea culpa com a Igreja (todos somos falhos, sim, mas o ponto nunca foi esse, meu irmão!) e uma reviravolta final que manda todo o resto do filme ao quinto dos infernos. Estúpida, mas não no sentido espertinho da coisa.
Two weeks | Grizzly Bear
… E é isso o que acontece quando se vai à igreja excessivamente.
Ok, talvez não (eu, que frequentei mais de uma dúzia de missas, não lembro dessa parte). O novo clipe do Grizzly Bear é um dos melhores do ano: o diretor Patrick Daughters, no auge, vai do bizarro ao sublime com alguns closes e (quase) nada mais.
(Assisti a alguns filmes no fim de semana, mas, apesar das tentativas de escrever sobre eles, terminei totalmente desmotivado. Não é culpa dos filmes — por exemplo: redescobrir Playtime na tela grande contou como uma das cinco sessões mais emocionantes da minha vida —, talvez apenas um misto de preguiça e desinteresse. Ou algo mais grave que isso. Ainda não sei. Preciso esperar um pouco para ver o que acontece)