Dan Brown

2 ou 3 parágrafos | Anjos e demônios

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Não sei se captei corretamente a lição deste thriller meio apalermado, mas acredito que ele nos ensina algo importante: toda igreja é formada por seres humanos, todos os seres humanos são falhos e alguns padres sobrevivem a extraordinárias quedas de helicóptero. É por aí?

De qualquer forma, Anjos e demônios (5/10) é um avanço tremendo se comparado ao sorumbático O código Da Vinci. Ron Howard, o faz-tudo, finalmente parece ter entendido que os livros de Dan Brown devem ser tratados unicamente como pretexto para filmes B que não valem um tostão. Com padres voadores. Bombas que contêm chaves para a origem da vida. E um simbologista preparadíssimo, mais atento e sagaz que centenas de oficiais da pateta polícia italiana (já os guias turísticos, meu bom deus, têm doutorado e o diabo a quatro).

Os personagens são divididos em dois grupos: os que pensam rápido demais e os que têm segundas intenções (e jacas no lugar dos cérebros). Ewan McGregor capta o espírito da coisa, hilariante como uma espécie de Gugu Liberato do Vaticano. Imagino que, com um diretor mais delirante (John Woo?) e tramas escritas pelos roteiristas de Lost e 24 horas, teríamos uma bela franquia (televisiva) de ação. Mas Ron Howard é carola demais para tratar a santa casa como parque de diversão. Daí o mea culpa com a Igreja (todos somos falhos, sim, mas o ponto nunca foi esse, meu irmão!) e uma reviravolta final que manda todo o resto do filme ao quinto dos infernos. Estúpida, mas não no sentido espertinho da coisa.