Agosto

Mixtape! | O melhor de agosto

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A mixtape de agosto é um break-up record. É isso e nada além disso. Um disco de separação, mal-me-quer, fim de caso, pé-na-bunda, etc. Mas não o tipo de break-up record que fica chorando pelos cantos e chutando latinhas. Nada a ver. Estamos falando de um modelo mais realista de break-up record.

É que, à vera, as separações contêm uma série de sentimentos conflitantes que não aparecem num típico break-up record. E por que isso acontece? É que a impressão de coerência às vezes serve à arte – mas quase nunca às nossas vidas ó tão caóticas.

Então taí. Esta mixtape usa algumas músicas que ouvi no mês de agosto para formar um catálogo de sensações que mapeiam o fim de um relacionamento amoroso. Pela ordem: ódio, leve euforia, melancolia, rancor, sutil desejo de recuperação, leve recuperação (acompanhada de bebedeiras irresponsáveis), doce nostalgia, fúria, tristeza e, finalmente, depressão (que as coisas costumam terminar mal, vocês sabem).

E essa não é, de forma alguma, uma desculpa bolada às pressas para justificar uma mixtape esquizofrênica.

Não é. Ouça uma vez e ouça novamente. Na primeira audição, provavelmente você tratará este CD como qualquer bobagem. Na segunda, ele vai começar a criar teias no seu coração. Na terceira, você entenderá que é a melhor mixtape que encontrou neste site. Em todos os tempos. A melhor. Ou pelo menos a mais humana.

Lá dentro, pulsam canções do Of Montreal (que gravou o disco preferido do mês, False priest, e por isso aparece na foto meio bizarra lá de cima), do Ra Ra Riot, do Royksopp, do Villagers, do Stars, do Curren$y, do Eels, do Thermals, do Sufjan Stevens e do Matthew Dear.

É, no mais, uma mixtape pequenina, de uns 30 e poucos minutos, para compensar os excessos do mês passado. Pequenina mas nunca desprezível ou simplezinha. Grandes surpresas num pequeno pacote.

As mixtapes deste site passam por um rigoroso controle de qualidade e, por isso, precisamos da sua opinião para manter um bom atendimento. Traduzindo: este é o post em que você vence a sua timidez e escreve um comentário bem bonito. Ok? 

A lista de canções, como de costume, está logo ali na caixa de comentários. Faça o download da mixtape de agosto aqui ou aqui.

No Twitter | 1 a 15 de agosto

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Uma compilação dos comentários-relâmpago que postei no Twitter recentemente. Em alguns casos, com adjetivos e interjeições que não couberam nos 140 caracteres. Nesta edição, de novo, só filmes. Com faixas-bônus, como sempre.

5 x Favela – Agora por nós mesmos | Vários diretores | 3/5 | Este filme de episódios mostra que as oficinas comunitárias do Rio ensinam direitinho a contar histórias. Mas cinema não é só isso, ou é? Os roteiros têm certa “personalidade”, mas deixam a impressão de que foram dirigidos por uma só pessoa.

Meu malvado favorito | Despicable me | Pierre Coffin e Chris Renaud | 3/5 | Uma animação digital quase igual às outras, mas eu ficaria muito feliz se todas as outras tivessem música de Pharrell Williams e um anti-herói tão traumatizado.  

Destinos ligados | Mother and child | Rodrigo García | 2.5/5 | Foi produzido pelo Iñarritu (daí o título brasileiro?), mas a direção pega leve, felizmente. O elenco amacia um roteiro por vezes mecânico demais.

Histórias de amor duram apenas 90 minutos | Paulo Halm | 2/5 | O personagem principal, intratável, é páreo para a mocinha amarga de Não, minha filha, você não irá dançar, do Honoré. Caio Blat e Daniel Dantas se esforçam, mas eu preferiria que esta história de amor durasse uns 20 minutos.  

O aprendiz de feiticeiro | The sorcerer’s apprentice | Jon Turteltaub | 1.5/5 | Típico produto da linha de montagem de Jerry Bruckheimer (produtor de Piratas do Caribe e Príncipe da Pérsia). Tédio para toda a família.

400 contra 1 – Uma história do crime organizado | Caco Souza | 1/5 | Tem tantas idas e vindas quanto A origem, mas à serviço de um roteiro singelo (e de uma direção perdida no tiroteio). Atenção: dá dor de cabeça no dia seguinte.