A primeira noite de um homem
Os filmes da minha vida (7)
Após um intervalo angustiante (para mim, é claro), voltamos a acompanhar o bonde dos 100 filmes que, por um ou outro motivo, marcaram a vida deste blogueiro (ligeiramente) saudosista.
Mais duas belezinhas para a sua mesa de cabeceira, portanto. Só agora me dei conta da coincidência que existe entre os longas-metragens deste capítulo: um fala sobre o início de um amor; o outro, sobre o fim.
088 | A primeira noite de um homem | The graduate | Mike Nichols | 1967
Não é um filme que eu veria novamente – porque, quando o vi pela primeira vez, aos 17, me parecei muitíssimo familiar. Era como se eu tivesse assistido àquelas imagens desde pequeno, picotadas e reordenadas em outros filmes, em seriados, em anúncios de tevê. Mas, além da naturalidade como filma um tema que me deixava hipnotizado naquela época (a adolescência, o tema preferido de 90% dos adolescentes), lembro principalmente de um filme que corria na tela com uma leveza graciosa; tão adorável que, após a última cena, voltei o DVD para sentir um pouco daquela alegria novamente. Mas eu era um garoto na época; minha opinião sobre o que vi, portanto, não é lá muito confiável.
087 | Nós não envelheceremos juntos | Nous ne vieillirons pas ensemble | Maurice Pialat | 1972
Um filme que vi há pouco tempo, num período complicado de separação, e que veio a mim não como um espelho – apesar de ser um longa sobre um caso de amor degenerado, condenado -, mas como a imagem de sujeito velho, muito experiente, que precisava me dizer algumas palavrinhas cruéis sobre a forma como as pessoas às vezes se relacionam. A secura da trama me perturbou por algum tempo, tanto que acabei cancelando a ideia de uma revisão. As atuações me impressionam sempre que lembro delas. Hoje, depois do turbilhão, talvez eu veja um filme diferente daquele que vi: menos sobre a minha vida, mais sobre algo que diz respeito a mais gente, talvez a muitos de nós.