♪ | Provincial | John K. Samson
No episódio de ontem, quando falei sobre o disco novo do Lambchop, tentei (sem sucesso, acho) descrever um som que remete a um livro elegante de crônicas sobre o cotidiano e as responsabilidades de um homem adulto. Este primeiro álbum solo do canadense John K. Samson — líder da banda de folk punk The Weakerthans — também soa como um apanhado de impressões sobre o dia a dia. Mas com uma diferença importante: enquanto o Lambchop vem afinando uma sonoridade que tenta se colocar à altura dos temas das músicas, as anotações de Samson ainda soam informais, sem estilo ou tanto rigor; Provincial não é um livro, mas uma coleção de post-its sobre certos assuntos, paisagens e situações.
O compositor organiza as canções no disco como quem espalha polaroides na cama: o álbum é simplesmente um apanhado de canções já gravadas (e lançadas em dois EPs) com algumas músicas novas. Nos identificamos com Samson porque ele é o boa-praça, o chapa, o sujeito comum que talvez tenha ouvido muito Elliott Smith, Big Star, Neil Young (fase Harvest Moon) e R.E.M.. One of us, one of us.
Nada disso impede Provincial de nos ganhar com alguns cliques adoráveis da vida como ela é (especialmente na província de Manitoba, onde o músico vive): em When I Write my Master’s Thesis, ele conta a história de um estudante que, aflito, tenta se manter saudável enquanto escreve a tese de mestrado. Em outro momento, entra na campanha para levar o jogador Reggie Leach ao Hall da Fama do Hockey (ah, as grandes causas!). E tem Cruise Night, que encena com euforia power pop o passeio (desimportante) do narrador, no carro do irmão, num domingo igual aos outros. Banal, certo? Também muito agradável.
Primeiro disco solo de John K. Samson. 12 faixas com produção do próprio músico. Lançamento ANTI- Records. B
janeiro 27, 2012 às 8:05 pm
“Cruise Night” é uma mistura de Josh Rouse (do album Home) com Yuck.
Que disco ADORÁVEL, Tiago!
Eu já havia baixado o mp3 dele, a uns cinco dias atrás, mas em meio a tanta coisa baixada (e também a falta de tempo) eu já ia dexando passar esse, até essa santa resenha do SUPEROITO, me fazer apreciá-lo ao máximo.
Valeu, garoto.
janeiro 27, 2012 às 8:06 pm
Verdade, lembra um pouco o Josh Rouse mais antigo mesmo.
janeiro 27, 2012 às 8:26 pm
Os últimos albuns do Josh Rouse são bem chatinhos, né, Tiago?
janeiro 27, 2012 às 8:27 pm
Nem tenho mais paciência pra ele…
janeiro 30, 2012 às 10:59 pm
Elliott Smith, Big Star, Neil Young, R.E.M.? Não preciso ler mais nada, vou correr atrás. Valeu !!
janeiro 31, 2012 às 2:04 pm
Acho que você vai curtir, Daniel. Mas não vá com muita sede ao pote.
janeiro 31, 2012 às 11:12 pm
Nem preciso dizer que gostei, né? Esse é dos nossos.
Além das influências que vcs citaram acho que há um pouco de Brendan Benson e Wilco aí.