Mixtape! | Março, a terra treme
A mixtape de março é um pouco mais ruidosa e bruta que as dos meses anteriores, mas não acredito que faça mal aos ouvidos mais sensíveis. Ela ruge, porém não fere. Pode provocar alguma aflição. No entanto, garanto que isso passa. Não tenham medo. Não é pra tanto.
E não foi criada pra incomodar, arrepiar pelinhos do braço, nada disso. Nas três últimas faixas, por exemplo, ela se transforma na coletânea mais adorável que eu gravei. A mais adorável. E olha que já são quinze.
Março, lembrem aí, foi um mês de tsunami, terremoto, bombas, ataques aéreos. A terra tremeu (literalmente e metaforicamente), e estas faixas de certa forma também se abalam com tudo o que acontece. A ideia era que o CD soasse um pouco mais nervoso, um pouco mais instável (acho que a palavra é essa) que os outros.
Não sei se funcionou. É assim que ele é: mais ou menos como o meu cachorro de um ano de idade, o Tom, que às vezes nos morde quando tenta fazer carinho. Um tantinho perigoso, mas amável.
Ao contrário da mixtape de fevereiro, esta não tem um conceito muito fechado nem conta uma história, ainda que alguns temas tenham aparecido mais do que eu gostaria que aparecessem. Acaba que ele se torna um CD de amor, muito otimista e esperançoso. Ouça até o fim e comprove. Que peculiar: as minhas mixtapes acabam sempre mostrando em que pé estou.
Musicalmente, ele forma uma imagem: um céu azulzinho (pop sessentista, girl groups, etc) com algumas nuvens muito cinzentas ao redor da moldura, esperando para atacar. Caem pingos de Lykke Li, The Kills, The Vaccines, Alex Turner, Yuck, Kurt Vile, Vivian Girls, R.E.M., Elbow e The Pains of Being Pure at Heart.
A foto lá de cima é da Lykke Li, que gravou meu disco favorito do mês (Wounded rhymes). Mas a minha música favorita da mixtape é a do Yuck.
É possivelmente a melhor mixtape que eu gravei. Ouço há duas semanas sem parar, e minha namorada parece também ter gostado um tanto (sobretudo da música do Alex Turner, que fez com que ela abrisse um sorriso muito bonito).
Então taí: uma mixtape com sentimentos nobres embalados em papel áspero. É por aí. Espero que vocês gostem e, quem sabe?, escrevam um comentário sobre mais esta humilde seleção musical do tio Superoito.
Faça aqui o download da mixtape de março. E boa semana.
março 30, 2011 às 12:15 am
Lista de músicas:
1. Youth knows no pain – Lykke Li
2. Baby says – The Kills
3. Blow it up – The Vaccines
4. Stuck on the puzzle – Alex Turner
5. Operation – Yuck
6. Jesus fever – Kurt Vile
7. Take it as it comes – Vivian Girls
8. Walk it back – REM
9. With love – Elbow
10. Too tough – Pains of Being Pure at Heart
março 30, 2011 às 1:06 am
Tiagão, leia o livro “Submarine”! O Alex Turner escrever a música para o filme inspirado nele. É incrível!
março 30, 2011 às 1:29 am
Boa dica, Iuri. Vou dar uma olhada. Estou cuidando da coluna de literatura do Correio, a L2. Pode ser uma ideia.
março 30, 2011 às 3:33 am
Opa. Tamos aí. Já baixando e em breve comentando.
março 30, 2011 às 9:50 am
Legal, Daniel. Vai lá.
março 30, 2011 às 11:44 am
essa música de Alex Turner saiu onde? disco solo?
março 30, 2011 às 12:46 pm
Trilha do filme ‘Submarine’
março 30, 2011 às 12:54 pm
Não tem jeito, por razões sentimentais a mixtape de janeiro de 2011 sempre será minha preferida, mas essa de março também está linda demais.
Bom lembrar que também abri um sorriso quando notei minha preferida do disco novo do R.E.M. nela. :)
Beijo.
março 30, 2011 às 4:17 pm
Legal! Se quiser, tenho o contato da assessora. O autor é bem acessível!
;)
março 30, 2011 às 6:39 pm
Você é suspeita, Alê. Mas é verdade: tem a do R.E.M.
Legal, Iuri, manda pra tbsup8@hotmail.com.
março 31, 2011 às 5:02 pm
Tem a melhor do Vaccines e a melhor do Kills, não dá pra não gostar. Da pra perceber que a primeira parte é bem mais furiosa do que a segunda, que tem essa beleza do R.E.M.
Mas a minha favorita do ano por enquanto é a de fevereiro (talvez a que eu mais tenha ouvido), mas essa tá ótima. Aposto que a do mês que vem pra abalar: TV on the Radio, The Weeknd, Fleet Foxes… Clássico instantâneo.
março 31, 2011 às 5:52 pm
Pensei até em incluir uma do TV on the Radio, Pedro, mas achei que fugiria um pouco do tema. Melhor guardar para a próxima, se é que haverá próxima (este é o Blog da Incerteza, você sabe).
março 31, 2011 às 6:04 pm
Panda Bear!
abril 1, 2011 às 2:08 am
Panda Bear? Onde, onde?
abril 1, 2011 às 4:33 pm
Baixando neste exato momento. De antemão, já digo que gostei. =D
abril 1, 2011 às 5:23 pm
Legal, Thaís. Ouça lá e depois comente, ok? Abraço!
abril 1, 2011 às 11:38 pm
É, rapaz. Possivelmente a tua melhor mixtape mesmo, desde q eu comecei a acompanhar o blog. Tanto em relação à seleção das músicas, como quanto à ordenação delas e a coesão da mixtape como um todo.
Desde já adianto q eu sou péssimo pra interpretar letras, mas de uma forma geral a mixtape trata de temas como amor, esperança, “tentar de novo”, ocasionalmente confiança e espírito tipicamente juvenis (Mykke Li, The Vaccines).
Ela se assemelha um pouco à de março, mas eu senti essa ligeiramente mais “downbeat” (não saber encontrar as palavras certas é muito chato), mesmo com algumas digressões mais “nervosas”. Estou certo?
E a mixtape flui naturalmente, mesmo q não haja um tema específico e único, as músicas combinam muito bem entre si. Não há nem sinal daquele “corte” abrupto da mixtape de fevereiro.
Difícil citar uma favorita, acho as 10 faixas ótimas. E de quebra me sugeriu uma penca de álbuns pra correr atrás, q a princípio eu não tinha me interessado em ouvir. É isso !! Abraços
abril 1, 2011 às 11:57 pm
Peraí, o q foi q eu disse???
Corrigindo:
“Ela se assemelha um pouco à de JANEIRO”
abril 2, 2011 às 1:50 pm
Ótima análise da mixtape, Daniel (como sempre, aliás). A ideia não era fazer um CD menos downbeat, mais nervosinho. Mas acho que acabou saindo desse jeito aí que você interpretou mesmo. E as músicas combinam mais, concordo.
abril 2, 2011 às 6:01 pm
Mixtape devidamente ouvida. Muito, muito boa. Soa um tanto mais otimista mesmo e gostei disso. Essa mixtape é mais redondinha que a de fevereiro, mas fico em dúvida de qual gostei mais. Mesmo sendo menos coesa, a de fevereiro é bem boa. Acho que continuarei em dúvida. :)
Nossa, ouvi muito Wounded Rhymes em março. Fiquei viciada, na verdade, e aos poucos começo a voltar ao “normal”… hehehe…
Seguindo sugestão sua, fui atrás de Yuck e é bem bacana mesmo.
E foi ótima surpresa encontrar na lista o queridinho Alex Turner em trabalho “solo”. =D
Abraço.
abril 2, 2011 às 9:52 pm
Legal, Thaís, valeu pelo comentário!