Os discos da minha vida (19)

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Ninguém pediu, mas cá está ela. Depois de uma pausa mais ou menos longa, voltamos a sintonizar a saga dos 100 discos que sonorizaram a minha vida.

Notícia triste: o fim não está próximo.

Explicando as regras do jogo, mais uma vez: este é um ranking totalmente pessoal, cheio de idiossincrasias, serve tão somente para que você entenda quem eu sou. Há, por exemplo, mais discos dos anos 1990 do que de qualquer outra década — foi a época em que comecei a ouvir discos compulsivamente. Um lista que não faz muito sentido, entende? Que não ordena o caos. Que não orienta nada. Por isso, liberte-se da lógica e deixe a vibração fluir.

Neste capítulo, dois discos que não têm nada em comum além do fato de que voltei a eles recentemente, e com muito entusiasmo. Daí que confirmei o seguinte: além de importantíssimos para a minha vida, são obras-primas que poderiam estar em qualquer lista séria de grandes discos que você precisa ouvir antes de se mandar para a Lua.

Não que alguém esteja pensando em se mandar para a Lua, mas é um plano interessante.

064 | Ladies and gentlemen we are floating in space | Spiritualized | 1997 | download

Foi lançado na Inglaterra exatamente junto com Ok computer (16 de junho de 1997, anote no calendário dos Dias Que Abalaram a Música), só consegui ouvir muitos meses depois, quando o CD desembarcou na loja de importados. Acabei construindo uma aura em torno dele que a primeira audição quase destruiu. Quase. Talvez um garoto de 17 anos não saiba (ou não queira) entender o quão desesperado é o desejo de Jason Pierce por “um pouco de amor para mandar a dor embora”. Um pedido de ajuda, sim. Mas também um dos álbuns de rock mais imponentes da minha adolescência, que transportou o rock britânico dos anos 1990 a outras galáxias e nos deixou flutuando no ar. Top 3: Stay with me, Ladies and gentlemen we are floating in space, Electricity.

063 | American beauty | Grateful Dead | 1970 | download

Um dos discos mais queridos (e mais amáveis) do Grateful Dead talvez não represente tão bem o alcance da banda (Workingman’s dead, o anterior, talvez seja ainda mais redondo), mas é o meu preferido. A começar pela faixa de abertura, Box of rain, que contém tudo o que me atrai no country rock (e não é só um gênero musical, certo? É um estilo de vida). Um daqueles discos em que ouço o som de uma banda totalmente feliz com o som que consegue produzir. Dá um pouco de inveja: todas as faixas importam, e elas acabam retratando o clima de uma época sem que isso pareça um fardo, uma missão pesada demais. A perfeição pode ser doce. Top 3: Box of rain, Sugar Magnolia, Truckin.

10 comentários em “Os discos da minha vida (19)

    Pedro disse:
    dezembro 22, 2010 às 5:03 pm

    Ladies and gentlemen we are floating in space é uma das músicas mais lindas que já ouvi, só por isso esse álbum já mereceria um lugar na sua lista hehe, ainda mais agora que descobri que uma das influências para construir esse som espacial literalmente flutuante foi Can’t Help Falling In Love do Elvis. O do Grateful Dead nunca ouvi (aliás, nunca ouvi Grateful Dead). Mas já estou baixando, valeu. Abraços!

    Pedro disse:
    dezembro 22, 2010 às 5:08 pm

    Ah, e só mais uma coisa, no texto vc não quis dizer 1997 ao invés de 2007? hehe.

    Tiago Superoito respondido:
    dezembro 22, 2010 às 5:34 pm

    Era 1997 mesmo, Pedro. Já faz a correção, valeu!

    Isso, baixe o Grateful Dead. É um disco agradável e muito bom. Você vai gostar.

    Diego disse:
    dezembro 22, 2010 às 9:23 pm

    O Spiritualized fez, este ano, o melhor show-em-que-não-estive-presente, o do Radio City Music Hall, tocando esse disco na íntegra com orquestra e coral. Cê viu alguns vídeos? Se dá pra associar o adjetivo “sublime” ao rock, é por causa disso aí, acho.

    Alê Marucci disse:
    dezembro 22, 2010 às 10:39 pm

    Ladies and gentlemen we are floating in space! Taí um disco que amo e que ouvi muito, muito, muito mesmo.
    Ele é um marco na minha vida, pois apareceu na fase em que descobri que música não era só metal, Cure, Sisters of Mercy e Bauhaus. :)

    Tiago Superoito respondido:
    dezembro 23, 2010 às 12:18 am

    Vi uns trechos sim, Diego. Show emocionante mesmo.

    Também ouvi muito esse disco, Alê. E voltei a ouvir recentemente, acho que por causa da faixa-título.

    Daniel Dalpizzolo disse:
    dezembro 23, 2010 às 12:40 pm

    Spiritualized é fodão sim, mas venho fazer justiça com o Greateful Dead já que ninguém comentou ainda. É um baita disco duma baita banda.

    Tiago Superoito respondido:
    dezembro 23, 2010 às 12:57 pm

    É, Daniel. Mas acho que é um disco ainda pouco conhecido por quem lê este blog.

    guilherme semionato disse:
    dezembro 26, 2010 às 4:26 pm

    como RIPPLE não entra no top 3, s8?

    vou até tentar ouvir esse álbum do Sp. de novo.

    *

    já ouviu algo do warren zevon, tim hardin e jackson browne?

    Tiago Superoito respondido:
    dezembro 26, 2010 às 5:27 pm

    Já ouvi os três. Adoro o Jackson Browne.

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