Os discos da minha vida (1)
Os discos da minha vida, parte 1. Uma série de posts que começa hoje e só termina pra lá do fim do mundo. Nem desconfio quando.
A ideia é muito, muito simples: 100 discos que marcaram a minha vida, 2 por semana, quando possível com links para que você os ouça.
Não é, portanto, uma lista com a pretensão de elencar os “melhores discos de todos os tempos” ou os “discos mais influentes” ou os “discos para você ouvir antes de morrer” ou os “discos que mudaram o mundo”. É apenas um longo ranking de álbuns que se confundem com algumas das minhas melhores (e às vezes piores) lembranças.
Um top 100 muito pessoal, cheio de idiossincrasias que vão irritar quem entende um pouquinho de música pop. Francamente: é uma listinha insignificante.
A maior parte dos discos vem dos anos 90, a época em que comecei a ouvir música compulsivamente. Mas é apenas o ponto de partida para uma viagem mais extensa (espero que vocês acompanhem com um pouco de paciência).
Tentarei ser breve nos comentários, até para que isto aqui não se transforme numa sessão aborrecida de autoanálise. Aviso que os textos explicam pouco sobre os álbuns e, no máximo, tentam recuperar a minha relação com esses discos. Não espere tratados. E é uma questão delicada, afinal de contas: não costumo ouvir estes discos, até para não ser tragado por terríveis flashbacks.
Mas sugiro que você os ouça. São bons.
100 | Grand Prix | Teenage Fanclub | 1995 | download
Hoje soa como o álbum de power pop mais direto que se fez: um refrão, um riff, coros agradáveis, emoções frágeis, alguma tristeza e quase nada mais. Quase uma cartilha. Lá nos anos 90, foi um disco que me perseguiu quase contra a minha vontade. Nas primeiras audições, não levei muito a sério: achei aguado e choroso (o oposto do grunge, por exemplo). Eu tinha 15 anos. Mas cresci e Grand prix foi crescendo junto comigo, como um amuleto. “Este sentimento não vai embora”, eles avisavam. Não foi. top 3: Don’t look back, Sparky’s dream, Neil Jung.
099 | Ten | Pearl Jam | 1991 | download
Eu juro que não me lembrava disto: a estreia do Pearl Jam sempre começou com essa atmosfera pseudo-oriental que mais tarde seria aplicada a discos do Kula Shaker e da Alanis Morissette? Mas taí: esse tipo de excesso era uma característica da onda grunge que o Pearl Jam soube aplicar com despudor e sisudez. E, saudosismo à parte, ainda considero o melhor momento deles. Menos aventureiro do que No code, mas gloriosamente single-minded (não consigo encontrar outro termo). Eu tinha a fita-cassete e admito que preferia o lado B (a começar por Oceans, ainda tocante). Hoje acho que eu ficaria com lado A, que tem o cheiro das minhas blusas de flanela. top 3: Oceans, Black, Jeremy.
agosto 12, 2010 às 3:36 am
Ótima idéia. Acompanharei.
agosto 12, 2010 às 3:40 am
ótima ideia [2]
Não deve ter sido fácil fazer a lista
agosto 12, 2010 às 4:24 am
Vou acompanhar, como acompanho o blog normalmente (muitas vezes não comento pq não ouvi o disco ou não vi o filme, mas guardo a sugestão).
Gran Prix entraria fácil numa lista minha de preferidos de todos os tempos. Foi o ponto alto do Teenage. Inevitavelmente, depois veio a queda. Foi o último grande disco deles. Chega a dar pena desse recente (Shadows) se comparar os dois.
Não sei pq o Pearl Jam jamais me convenceu. Nenhum disco deles. E o Ten, em especial, pq em 1991 tinha outro chamado Nevermind. Esse, poucos outros álbuns barram.
agosto 12, 2010 às 5:01 am
Muito boa a ideia, Tiago.
Tô aqui sempre rondando, no aguardo (o lado B do Ten também é meu preferido, desde sempre).
Um abraço.
agosto 12, 2010 às 9:57 am
Valeu, Marcus.
Felipe, foi difícil fazer a lista, mas nem tanto quanto eu esperava. Como eu disse, ela não tem o compromisso de reunir os discos que considero os mais “importantes” ou “influentes”. É uma lista muito pessoal. São discos que sempre estiveram na minha cabeça, de uma forma ou de outra. Complicado foi fechar em apenas 100. A primeira lista ficou enorme.
Daniel, gosto muito de três outros discos do Teenage: Bandwagonesque, Thirteen e Howdy. Acho até que o Bandwagonesque é mais “importante” do que o Grand Prix, mas a ideia da lista é mostrar o valor sentimental que esses discos têm pra mim. Nada além disso. O critério vale para o Pearl Jam: eu não era um grande fã da banda no início dos anos 90, mas hoje ouço Ten e não consigo me desviar dele. Enfim. Você entendeu.
Valeu, Samuel, bom saber que vc continua por aqui. Abraço.
agosto 12, 2010 às 11:14 am
Hehehe, essa eu não perco…
http://luciointhesky.wordpress.com/2010/08/10/dez-filmes-inesqueciveis/
agosto 12, 2010 às 12:59 pm
Eu tava esperando por isso, sempre tive curiosidade de saber quais eram seus favoritos. E bem, belo começo, os dois entrariam num top 100 meu também.
Já imagino alguns ai pelo que leio do seu blog: Nevermind, Loveless, Slanted & Enchanted, Ok Computer, Automatic for People, Pet Sounds, Blood on the Tracks e o álbum branco dos Beatles.
Estou acompanhando.
agosto 12, 2010 às 1:29 pm
‘Lúcio in the sky’, é? Boa.
Não espere por um top 100 cartesiano, Pedro. Tem muita coisa óbvia. Outras, nem tanto. E alguns discos muito importantes e de que gosto muito ficaram de fora.
agosto 12, 2010 às 3:20 pm
Mas diga aí, Tiago. Essa lista já está fechada? Ou algum disco lançado recentemente tem a chance de entrar na última hora?
Abraços
agosto 12, 2010 às 3:32 pm
Não entram discos de 2010, Iuri, pra não prejudicar a lista de melhores do ano.
E também é muito cedo pra falar em discos deste ano que (pausa melodramática) marcaram a minha vida.
agosto 12, 2010 às 5:43 pm
Estou curioso para conhecer o restante da lista. E além dos pitacos do Pedro eu acrescento um Pixies com certeza, pelos textos que eu vejo no blog.
E diga-se de passagem, grandes escolhas por enquanto.
Vou me animar e fazer a minha também.
agosto 12, 2010 às 6:13 pm
Oba! Tô acompanhando só pra saber se vai ter algum do U2. Só por isso. Não me diga. Eu sei que tem. Mas não me fale. HAHAHA
agosto 12, 2010 às 6:16 pm
Lista muito promissora, vê se termina!
Sou meio leigo quanto a Teenage Fanclub, não ouvi esse. E o Ten também me acompanha há muito tempo. Black é das músicas da vida.
agosto 12, 2010 às 6:17 pm
Então não vou dizer, Dalila. Mas tem. :)
agosto 12, 2010 às 6:24 pm
òtima idéia, Tiago.
Grand Prix me deixa nostálgico e com um sentimento de “nossa, estou ficando velho!”
Abraço.
agosto 12, 2010 às 6:29 pm
Pois é, Daniel, esse sentimento aí acompanha todos os 100 discos da lista.
agosto 12, 2010 às 6:38 pm
Pilon: se eu sobreviver, vocês verão (e ouvirão).
agosto 12, 2010 às 10:53 pm
Bacana, vou acompanhar com certeza. Gosto muito dos 3 primeiros discos do Pearl Jam. Acho o Vitalogy bastante subestimado, mas ai é questão pessoal. Quanto ao Teenage Fanclub tenho a mesma opinião que vc, acho o Bandwagonesque mais importante, mas o que toca fundo mesmo é o Grand Prix.
A lista promete….Abs.
agosto 13, 2010 às 2:31 am
Jonathan, não sou grande fã do Vitology, mas entendo o que você diz (mas o engraçado é que o disco foi muitíssimo elogiado pela crítica americana na época do lançamento).
agosto 13, 2010 às 6:20 pm
Bacana a ideia. Os dois também entrariam numa lista minha, são meus dois favoritos de cada banda, apesar de também reconhecer a importância do Bandwagonesque (principalmente aqueles primeiros acordes de the concept e alcoholiday, vamos admitir) e o preconceito que o Ten sofre.
E entendi o porquê de não haver discos de 2010, pelo tempo de maturação e tal, mas se são dois por semana, isso só vai acabar em 2011, hein. Vai que um show baseado no Expo 86 ou no High Violet não façam a diferença…
agosto 14, 2010 às 6:06 pm
Poizé, na verdade não conheço quase ninguém fã do Vitalogy, eu mesmo admito que tem algumas músicas ali que não servem de nada, mas Tremor Christ é coisa de outro mundo sabe…;)
agosto 14, 2010 às 6:44 pm
Começou muito bem esta lista
agosto 15, 2010 às 12:14 am
Felipe, acho que o Ten sofre preconceito principalmente de quem não viveu aquela época. Com distanciamento, reconheço que é um pouco difícil entender o impacto que o disco provocou.
Olha, Expo 86 provavelmente entraria. Já High violet… Eu preferiria um Boxer ou um Alligator.
Jonathan, não acho que Vitology seja um disco ruim. E olha que na época eu era dos que torciam a favor do Cobain e contra o Vedder…
Valeu, Alcoyote.
agosto 16, 2010 às 1:47 am
bacana, mas, aê, vários de nós podem vir a falecer nas CINQUENTA semanas que separarão os últimos álbuns dos primeiros.
agosto 16, 2010 às 2:12 am
Me inclua nessa lista de possíveis falecimentos, Semionato. Estamos todos no mesmo barco. Abs.
dezembro 28, 2010 às 3:24 pm
Acho interessante como o Grand Prix é o preferido de quase todo mundo. Eu o adoro, mas gosto bem mais do Thirteen.