2 ou 3 parágrafos | A saga Crepúsculo: Eclipse
Meninas, estou começando a entender a infinita angústia de Bella, a heroína blasé da Saga Crepúsculo. Deve ser difícil para ela — dificílimo — escolher entre os dois pretendentes a que tem direito: passar a eternidade ouvindo a lengalenga de um morto-vivo insuportavelmente romântico? Ou abraçar o cachorrão?
A decisão se torna ainda mais complicada quando ela descobre que, no mundo mágico da Saga Crepúsculo, casamentos duram a vida inteira. Às vezes, a eternidade inteira. Um horror. Note que não são opções muito palpitantes (daí o ar de tédio, o enfado da pobre virgem): tanto Edward, o vampiro, quanto Jacob, o lobisomem, têm um repertório de conhecimentos gerais que parece muito limitado. O dentuço só sabe falar sobre a importância do amor eterno. E o lobão tenta convencer a mocinha de que é bacana se acasalar repetidas vezes com um sujeito de sangue quente. É sério que esse drama aí vendeu toneladas de livros? Eu conheço filmes mais intrigantes sobre adolescentes indecisas e posso indicá-los a vocês.
Fico me perguntando se esses personagens não teriam outros assuntos a conversar uns com os outros. Algo tipo: “Eu curto Paramore, e você?”, ou uma tirada irônica do estilo “nossa cidadezinha é tão reluzente e festiva quanto Las Vegas, não acha?” Ou algo sobre a fome na África. O aquecimento global. O cinema 3D. Qualquer coisa. Mas não: o trio prefere voltar ao mesmo debate sobre “escolhas” que é exaustivamente explorado na literatura barata de bancas de jornal e, claro, no filme anterior da série. Aí os mais cínicos virão com esta: pelo menos Eclipse (1.5/5) tem cenas de ação menos raquíticas. Sim, tem. Mas os momentos cafonas e floridos anulam a subtrama esquentada. E fazem deste um filme tão tolinho e singelo (e engraçadíssimo, se você estiver no clima) quanto os outros dois.
julho 4, 2010 às 12:12 am
Tenho medo disso, ruim demais. Eu colocaria o anterior entre os piores filmes que já vi, fácil fácil. E os atores não colaboram, os três são péssimos…
julho 4, 2010 às 12:27 am
Apesar de não ser menina eu estou curioso para saber quais filmes você indicaria.
julho 4, 2010 às 12:54 am
Vários do Eric Rohmer, Rafael, com meninas, meninos, marmanjos e moçoilas, todos indecisos. Comece com ‘Conto de verão’, depois conversamos.
julho 4, 2010 às 3:10 am
Cara, honestamente eu não vou ver isso nem q me paguem.
O primeiro já foi suplício suficiente pra mim.
Tiago, vc viu Let the Right One In?
julho 4, 2010 às 11:43 am
Daniel,vi ‘Let the right one in’, achei ótimo (um dos melhores filmes de vampiros que vi) e estou me cagando de medo do remake americano.
julho 4, 2010 às 1:41 pm
Tbm gostei muito e faz essa saga Crepúsculo parecer ainda mais vazia e idiota do q já é.
E essa onda de remakes americanos pros filmes europeus, asiáticos, etc., já ultrapassou todos os limites. Os filmes são refilmados apenas alguns anos depois dos lançamentos dos originais !! E como os filmes americanos têm muito mais divulgação e distribuição, acaba q eles se tornam as versões “definitivas” dos filmes. Sem contar q são raríssimos os casos em q os remakes superam os originais.
Daqui a pouco, só restará a Let the right one in ter no alto da capa de seu DVD:”o filme q inspirou [nome do remake americano]”
julho 4, 2010 às 3:11 pm
Exatamente a impressão que eu tive. O Edward lá tem meio que uma centena de anos pelo menos e parece mais imaturo que um garoto de 15 anos, além de ser extremamente depressivo. A protagonista não desperta interesse em ninguém, e acha aqueles dois pra ficarem brigando por ela… Ela não é inteligente, não é bonita (na minha visão), extremamente triste e com tendências suicidas.
E igual disse um crítico de cinema que eu gosto, o Edward não é vampiro: ele brilha, voa e mora na floresta… é uma fada!
julho 4, 2010 às 3:27 pm
Pois é, Daniel, mas eu estou aguardando a versão do Fincher para o primeiro livro da série Millennium. Desconfio que será melhor do que a adaptação sueca, meio impessoal.
Samuel, concordo: o que mais me impressiona no filme é que os trës personagens são totalmente desinteressantes. De certa forma, eles até se merecem. Imagino os colegas de escola comentando: ‘Tomara que esse vampiro blasé arraste essa menina chata pro inferno’, ou algo assim.
julho 4, 2010 às 3:50 pm
Sem contar q o ator q o interpreta disse textualmente q prefere seu cachorro (não é fofo?) às vítimas vampirescas em potencial…
julho 4, 2010 às 3:56 pm
Meus cachorros são muito mais espontâneos e galantes que os personagens do filme. Às vezes são tão grudentos quanto, mas é da natureza deles.
julho 4, 2010 às 7:15 pm
Eu vi esse troço aí. Tão ruim e inútil que começa e termina da mesma forma.
julho 4, 2010 às 8:28 pm
Não consigo ver muitas diferenças entre este episódio e o anterior, Luiz. É um impasse sem fim.
julho 5, 2010 às 6:03 pm
gostei de Crepusculo, foi um dos filmes mais engraçados do ano.
aí depois eu soube que a coisa foi ficando mais séria, efeitos especiais mais trabalhados, aí perdi o interesse.
esse filme… marketing é uma coisa insana.
julho 6, 2010 às 12:46 pm
Aê, achei mais alguém que acha o filme enagraçadíssimo!! (Eu só não posso ver com sono ou durmo.)
julho 10, 2010 às 12:25 am
O que eu mais achei engraçado no teu texto foi o lance da escolha entre os dois. O melhor que essa menina podia fazer era ir embora ou resolver ficar com aquela colega dela da escolha, bem bonita. hehehe..
julho 10, 2010 às 12:45 am
Mas os três se merecem, Ailton. Qualquer pessoa mais ou menos comum acharia insuportável ficar com uma menina tão chata. Já um cadáver e um cachorro acham superinteressante.