Dia: dezembro 12, 2009
Let love rule (Justice remix) | Lenny Kravitz
Da série “fazendo justiça aos belos clipes de 2009”. Este é dirigido por Keith Schofield, que sabe tudo.
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Superoito express (15)
Ladies’ night (com filmezinhos vagabundos de bônus).
Sainthood | Tegan and Sara | 7 | Nada de oscilações radicais de temperamento: no sexto disco, as gêmeas Tegan e Sara Quinn continuam a dar polimento a um indie pop caseiro e autoirônico que já está virando marca registrada. A produção de Chris Walla, do Death Cab for Cutie (que já havia operado o painel de controle em The con, de 2007), segue reforçando o lado mais apetitoso dessa receita, com momentos que não soariam deslocados num lado B da Lady GaGa ou da Rihanna (Alligator, por exemplo). A combinação de versinhos cínicos sobre amor (e não estamos falando só de amor juvenil) com melodias açucaradas ainda é irresistível – mas a horta de Walla começa a parecer pequena demais para o talento das meninas.
Rated R | Rihanna | 6.5 | O surto de rebeldia de Rihanna está todo ali, num versinho de Stupid in love: “Posso até ser boba, mas não sou estúpida”. É isso aí, garota: assim é que se encara uma violenta decepção amorosa acompanhada por ampla cobertura da imprensa. Com muita maturidade. Mas fala sério: apesar da jogada de marketing e dos hematomas, este não é exatamente um álbum de ressaca sentimental. Na prática, soa como uma festa decadente e animadíssima transmitida pela VH1: riffs de hard rock oitentista, participação especial de Slash, sacanagem de mentirinha (à Janet Jackson e Cyndi Lauper) e ambições de blockbuster produzido por George Lucas. Como produto pop, é quase perfeito: termina muito mal (mas quase todos terminam assim), mas começa com um arrastão de singles hipnóticos (meu favorito: Fire bomb) que vai garantir a Rihanna pelo menos mais um ano inteiro de reinado em blogs de fofoca. Um fenômeno. Mas PG-13, vai.
Mallu Magalhães | Mallu Magalhães | 6.5 | Os cinco leitores deste blog, todos muito cultos e céticos, não caíram na história de que, já neste segundo disco, Mallu teria virado mulher. Além de cheirar a armação de assessores de imprensa, essa promessa de “maturidade” (aos 18 anos de idade!) soa como propaganda enganosa para um álbum tão elegantemente imaturo, indeciso, verde. É perfeitamente justo que, como a multidão de vestibulandos que não têm a menor noção sobre a profissão que estão escolhendo, Mallu também sinta-se dividida: Bob Dylan ou Marcelo Camelo? Inglês ou português? Folk rock ou Clube da Esquina? Sem a pressão de ter que escolher, ela marca todas as alternativas e tateia uma identidade. A produção de Kassin tenta nos oferecer algum conforto: a menina está pronta para as trilhas de novela e o mercado indie europeu, ele garante. Mas não está: este é um disco juvenil que sonha em ser grande. E quer saber? Antes assim.
Break it up | Jemina Pearl | 6 | Outro caso de crescimento prematuro: aos 22 aninhos, a ex-vocalista do Be Your Own Pet tenta conjugar a atitude despreocupada do punk 77 com as caras e bocas de mulherzona sacana. Não cola. Quer dizer: até cola em alguns momentos (I hate people, com participação de Iggy Pop, é tão redondinha que poderia rolar na programação da Kiss FM), mas bate saudade do tempo em que ela soava maravilhosamente confusa e inconformada (ouça qualquer disco do BYOP e seja feliz). Nem tudo está perdido: quando ela tenta se reinventar como uma jovem Chrissie Hynde, nos surpreende com joias como Nashville shores e No good. Falta alguém que a provoque. Mas que Jemina é um talento, é.
Atividade paranormal | Paranormal activity | Oren Peli | 5 | Há dois ou três momentos assustadores, mas o desfecho é tão babaca que quase estraga a molecagem toda. Sugestão: um remake sul-coreano, daqueles verdadeiramente cruéis, mas desta vez com atores convincentes? Obrigado.
A princesa e o sapo | The princess and the frog | Ron Clements e John Musker | 5 | Sob medida para quem morre de saudades dos sucessos de animação que a Disney lançava nos anos 90. Mas vamos cair na real, gente: isto aqui é tão modorrento quanto Mulan e Pocahontas.
Os fantasmas de Scrooge | A Christmas carol | Robert Zemeckis | 4.5 | Pela terceira vez, Zemeckis cria um excelente argumento para quem acredita que ele deveria esquecer essa história de animação e gastar tempo com prequels de De volta para o futuro. Uma das adaptações mais gélidas que vi para uma obra de Charles Dickens.
Embarque imediato | Allan Fiterman | 4 | Ensina-me a viver + musicais da Atlântida + mix de comédias românticas hollywoodianas + teatro de revista + Marília Pêra on fire + uma vontade louca de ser Pedro Almodóvar = mico.
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