Intervalo | 100 mil e contando
Ainda não entendo como, mas este blog bateu a marca das 100 mil visitas. Deu tilt no sistema de contagem de acessos do WordPress? Será que essa soma de números corresponde à quantidade de pessoas que chegaram a este site modesto ao digitar no Google a frase “sexo selvagem com Leila Lopes”?
Pode ser que sim. Mas devo ficar contente? O blog começou em novembro de 2007 e, até agora, postei 671 textos irresponsáveis. No total, foram 3.168 comentários (nenhum deles rejeitado). A equipe de soldadinhos do WordPress baniu 708 spams – obrigado pela ajuda, gente. Ainda fico surpreso: nenhum dos meus blogs durou tanto tempo. O que aconteceu?
Abri este site na surdina, depois de ter decidido controlar meus impulsos autodestrutivos e escrever textos mais curtos, menos confessionais e desengonçados, sobre filmes e discos. Com o tempo, o plano foi para os ares: o blog engordou e, espaçoso, acabou se mostrando tão constrangedor quanto os outros. Admito, não mudei muito: ainda sou o sujeito que se incomoda profundamente quando ninguém comenta posts escritos com muito carinho e esforço – e que, de vez em quando, pensa seriamente em chutar o blog para a lata de lixo do canto do quarto e deixá-lo ali, quieto.
O que me impediu (e ainda impede) de fazer esse tipo de loucura é a colaboração de gente que frequenta este blog desde o início. Diego, Guilherme, Pilon, Filipe, Chico, André, Rodrigo e mais dois ou três desocupados (não é uma plateia muito numerosa!): sem vocês, isto não existe. Espero que continuem por aqui, mesmo quando meus textos inspiram apenas sentimentos de nostalgia. “Ah, como era bom quando ele escrevia sobre…”
Para comemorar (ok, me convenci de que trata-se de uma vitória), preparei listinhas bem curtas e até singelas dos filmes, discos e séries que fizeram de mim um apaixonado por cinema, música e televisão. Este blog não tem (nunca teve) grandes textos, mas eles são escritos com franqueza. É o único objetivo.
Um filme
Um corpo que cai (Vertigo, Alfred Hitchcock, 1958)
O favorito desde meus 16 anos de idade – por isso, sempre presente em todos os blogs que abri. Mais de uma década depois, revi o filme com cautela (é sempre perigoso mexer com esse tipo de lembrança): ele retornou como um sonho antigo, que não consigo analisar objetivamente.
+ 5 O demônio das onze horas (Pierrot le fou, Jean-Luc Godard, 1965, a sessão de cinema mais emocionante da minha vida), 2001 – Uma odisseia no espaço (2001 – A space odyssey, Stanley Kubrick, 1968), Minha noite com ela (Ma nuit chez Maud, Eric Rohmer, 1969), O espelho (Zerkalo, Andrei Tarkovski, 1975), Elefante (Elephant, Gus Van Sant, 2003).
Um disco
Pet sounds (The Beach Boys, 1966)
Outro guia para minha personalidade adolescente: conheci o disco mais ou menos na mesma época em que vi o filme do Hitchcock e, até hoje, não encontrei outro tão comovente. Mesmo depois de ter descoberto tudo sobre a importância história do álbum, continuei hipnotizado pela força sentimental, pela pureza das canções. Uma sinfonia divina para a juventude.
+ 5 White album (The Beatles, 1968), After the gold rush (Neil Young, 1970), The rise and fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars (David Bowie, 1972), Doolittle (Pixies, 1989), Nevermind (Nirvana, 1991).
Uma série
Twin Peaks (David Lynch e Mark Frost, 1990-1991)
Comecei a assistir aos DVD, mas ainda não consegui seguir adiante: na minha memória, a série de Lynch e Frost é dublada em português e tem intervalos para comerciais. Foi a primeira que me mostrou as possibilidades criativas da televisão. Até hoje, todo filme de Lynch me leva a uma certa estrada vazia rodeada por montanhas assombradas.
+ 5 Além da imaginação (The twilight zone, Rod Serling, 1959-1964), Os Simpsons (Matt Groening, 1989-), Seinfeld (Larry David e Jerry Seinfeld, 1989-1998), Arquivo X (The X-files, Chris Carter, 1993-2002), Lost (Jeffrey Lieber, J.J. Abrams e Damon Lindelof, 2004-).
junho 6, 2009 às 4:29 pm
Rapaz, eu sou um dos desocupados. Acho isso aqui do caralho, mesmo quando o texto é preguiçoso.
Valeu.
junho 6, 2009 às 5:49 pm
Excelente. Parabéns Tiago, sempre leio seus textos também!
junho 6, 2009 às 5:51 pm
Sei até de gente que não te conhece e que vem ler seus textos. E gosta bastante!
junho 6, 2009 às 6:16 pm
Valeu, Fred, Ed, Iuri, e foi mal pelos textos preguiçosos! Acontece.
junho 6, 2009 às 6:27 pm
Inveja de quem assistiu Pierrot le Fou num cinema.
junho 6, 2009 às 10:20 pm
Não sou um leitor muito antigo, mas desde que descobri o seu blog, visito-o praticamente todos os dias.
Seus textos são muito bons, e vejo que tem uma ótima sensibilidade com a música. Bons críticos musicais na web o Brasil tem pouquíssimos. Tá de parabéns!
junho 6, 2009 às 10:53 pm
caro tiago,
se um dia te ver de novo no msn, te passo um texto (inglês) do chris marker pra você.
abraço,
guilherme.
junho 6, 2009 às 10:56 pm
jeez, esqueci de mencionar que é um texto do marker pra vertigo. é excelente. fez pro filme o que a camille paglia fez pr’os pássaros.
e, vamolá, assista logo ao último grande episódio da história de gilmore girls.
junho 6, 2009 às 11:40 pm
Merece a justa comemoração. As opiniões mais sinceras são aquelas que contam mais e tal. Pabaréns mesmo!
junho 7, 2009 às 12:42 am
Thiago, não se deixe enganar!
leio sempre seus textos, porém receio em comentá-los, acho embaraçoso e além disso sou apenas uma adolescente intimidada. posso afirmar que seus textos fazem a diferença na hora de ver filmes e baixar cds. agora mais essa heim.
enfim, eu amo o pet sounds e o brian wilson, mas o final desgraçado de twin peaks só me mostrou como coisas geniais são efêmeras.
junho 7, 2009 às 3:50 am
Pouca gente discorre acerca de música indie na web brasileira, algo que vc faz, independente do número de caracteres que utiliza. Às vezes muitos, às vezes poucos. Isso já seria motivo o suficiente para lhe desejar longa vida ao blog, um sítio freqüentemente visitado por esse que vôs tecla.
junho 7, 2009 às 2:05 pm
Marcus, vi o filme numa excelente retrospectiva do Godard que rolou aqui em Brasília há uns cinco, seis anos (não lembro bem). Só nessa ocasião vi algumas sessões inesquecíveis: O desprezo, Uma mulher é uma mulher…
Felipe, obrigado.
Guilherme, você tem meu e-mail, não? Passe o texto.
Letícia, obrigado. Como eu disse no texto, ‘Twin Peaks’ tem grande valor sentimental pra mim e, por isso mesmo, tenho medo de rever a série…
Obrigado, Leandro.
junho 7, 2009 às 4:35 pm
Vitória! Bom ler isso. Parabéns, mané!
Abs
junho 7, 2009 às 4:41 pm
Não cheguei aqui pelo Google. Cheguei por recomendação do Michel Simões. Desde então, não parei mais de ler.
Adoro tanto as resenhas quanto os textos mais confessionais. Portanto, só passo desejar que você não chute esse blog pra canto nenhum.
junho 7, 2009 às 6:35 pm
Opa, eu sou um dos três desocupados. E apesar de não conhecê-lo e de não concordar com 98% das coisas que escritas aqui, gosto muito da forma como você descreve teu relacionamento com a arte. O que eu considero mais interessante em blogs desse tipo é a forma como acabamos conhecendo as pessoas através de textos não-biográficos, no teu caso sobre cinema e música, e este aqui tem muito disso. Parabéns pra você, e rumo aos 200 mil.
junho 7, 2009 às 9:28 pm
Pois é, Diego. Nem eu acredito, hehe.
Alê, obrigado. Eu prefiro os textos mais confessionais, mas não tenho coragem de ficar escrevendo só isso.
Lucas, bacana seu comentário. Pra mim, concordar ou discordar com a opinião dos outros sempre foi o de menos.
junho 7, 2009 às 10:48 pm
tiago, te leio (persigo? hehe) desde 2002/2003. te agradeço por me apresentar sufjan, jamie lidell, the hold steady e tantos outros que não saem do meu ipod.
por mim é 200k facil :)
abs
junho 7, 2009 às 11:20 pm
Brigadão, Galeno. Maravilhoso ler um negócio desses.
junho 8, 2009 às 3:36 am
Sempre passo por aqui, mas nunca deixo recado! hehehe
isso aqui é um sucesso.
junho 8, 2009 às 10:09 am
Nem tanto, Deivison. Nem tanto.
junho 8, 2009 às 1:00 pm
Parabéns!
Mas verdade seja dita. Você já poderia estar comemorando a marca de uns 10 milhões de visitas se não fechasse os blogs de antigamente. Muito mais gente lê os textos do que a dúzia de desocupados, hehe.
Quanto às listas, ver a preferência pelo White Album é uma das coisas que me fazem ler o blog.
junho 8, 2009 às 4:49 pm
Os anteriores mereceram o destino que tiveram…
junho 8, 2009 às 11:14 pm
Hummm, agora acho que você vai parar de dizer que o blog só tem uns 5 visitantes, né? heheh. Parabéns!
junho 9, 2009 às 10:17 am
Valeu, Rodrigo. Obrigado.
junho 13, 2009 às 2:48 pm
Cara, conheço o blog há menos de um ano e já indiquei pra trocentas pessoas. O que me atrai em seus textos é exatamente isso, a transparência. Sempre há algum sentimento neles a respeito de uma determinada cena ou faixa musical.
Parabéns e vamoquevamo!
junho 15, 2009 às 10:39 am
Valeu, Rafa. Obrigado.