Dia: abril 6, 2009

2 ou 3 parágrafos | True blood, primeira temporada

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trueblood4

Os primeiros episódios de True blood apresentam algo diferente: uma série com a grife “sofisticada” da HBO que, com plena noção do significado da palavra camp, chupa referências de dezenas de filmes B/livros baratos e joga esse caldo vermelho-sangue no ventilador. Um nojo, uma delícia.

Até a metade da primeira temporada, é o que Alan Ball fez de mais ousado: e nem estou falando da veia política da trama (que transforma os vampiros numa minoria, vítima de preconceitos, truculência, etc) ou das dentadas no conservadorismo americano (o sotaque sulista, carregadíssimo, é de dar dor de barriga – Anna Paquin está hilariante). Essas elementos garantem “respeito” à série, mas o espetáculo é de imagem e conceito: trata-se de um metaproduto pop, de um conto sobre contos de vampiro.

Isso, como eu dizia, até o meio da temporada (6.5/10). É decepcionante como a série vai diluindo essa estética trash para ir se acomodando ora num romantismo frouxo, ora num subplot de investigação policial que nunca engrena (e aí o desfecho soa obrigatoriamente como um anticlímax). De qualquer forma, vale como uma resposta debochada à ingenuidade de Crepúsculo – e prova de que há espaço para uma saudável dose de esculhambação no horário nobre.