Lost | 316
Um episódio que, para mim, pareceu tão divertido (um exemplo: ele começa exatamente da mesma forma que a abertura da primeira temporada) quanto difícil de engolir. Todas as peças do jogo estão se encaixando, mas, a cada novo flash de luz branca, me pergunto se o trabalho dos roteiristas não anda fácil demais.
Cadê a reviravolta que mudará novamente toda a nossa perspectiva sobre a série, hem? (Tudo bem que ninguém está prometendo algo do gênero, mas fico na expectativa).
É até chato especular sobre o desenrolar da trama, já que (pelo andar da carruagem) muitos mistérios serão explicados no próximo episódio. Gostei da ideia de reconstituir o momento do embarque no Oceanic, mas eu ficaria mais satisfeito (chamem-me de sádico) com uma nova cena de queda de avião. Tudo menos o maldito flash de luz branca.
O número do vôo da Ajira remete a uma passagem bíblica que fala em vida eterna para aqueles que acreditam em Jesus Cristo. No episódio, um bilhete monossilábico de John Locke dá a entender que o salvador da humanidade é careca, rabugento e pode ter se sacrificado para salvar os “escolhidos”. Faz sentido, não faz? Mas como explicar o violão que Hurley leva na bagagem? Teria sido encomendado por um certo roqueiro drogado metido a Noel Gallagher?
Nada, nada, nada desvia a atenção dos fãs do programa. Por isso, o episódio começa pela grande revelação (o retorno de alguns dos sobreviventes à ilha) e é desenvolvido como um longo flashback. Lembra os melhores momentos da série – isso se excluirmos toda aquela explicação furada sobre um certo pêndulo gigante que me fez lembrar de Stargate e outras nerdices afins. Que aí já é abusar da minha paciência.