Globo de Ouro
O que me lembra de um texto do David Denby, do New Yorker, que li recentemente (a íntegra está aqui). Diz assim:
“Está mais claro que nunca: o ano cinematográfico divide-se em duas partes. Há os primeiros nove meses, que são tomados por espetáculos digitais para grandes plateias. São filmes sobre homens que voam, animações com roedores falantes e comédias para o público masculino sobre virgens perdidos numa fábricas de camisinha. E há os três últimos meses, a temporada do Oscar, dedicados a filmes sobre fracasso, morte e o holocausto, a maior parte deles com a presença de Kate Winslet ou Cate Blanchett. Filmes que costumam pecar pela ilusão de que sofrimento e arte são a mesma coisa”
Não vi quase nenhum dos concorrentes ao Globo de Ouro, por isso deveria ficar bem quietinho. Mas não dá para desconsiderar que, em premiações desse porte, o que conta é a performance no palco televisivo. E às vezes só isso. Daí que tudo bem, Mickey Rourke deve estar fantástico em The wrestler, mas o que se celebrou na cerimônia de ontem foi a presença de Rourke naquele teatro, simplesmente isso: the underdog story, ao vivo e a cores.
Assistir a uma dupla premiação de Kate Winslet, por exemplo: dá audiência, é surpreendente, prega um susto na atriz, mas que sentido isso tem? É uma espécie de protesto dos jornalistas estrangeiros contra a péssima qualidade das atuações femininas em Hollywood? Pra mim soa como mais um factóide (mais ou menos como puxar todo o elenco do Batman no tapete vermelho para comentar sobre Heath Ledger). Amanhã à tarde, já teremos nos esquecido de tudo isso.
A lista de premiados está aqui (e ok, vocês venceram: vou começar a ver Mad men).
janeiro 12, 2009 às 10:45 pm
Hei! Grande blog o teu! Tenho passado por aqui e tens sempre boas criticas a albuns e filmes. Se puderes dá uma olhada no meu. Já tem la o link para o superoito ;) Abraços de Portugal!
janeiro 12, 2009 às 11:49 pm
Legal, obrigado! Vou dar uma olhada no blog.
janeiro 13, 2009 às 3:39 pm
Tb vou baixar um ou dois Mad Men p/ conhecer.
Premiação é assim Tiago, não vai esquentar a cabeça, eles servem p/ alegrar platéias!
janeiro 13, 2009 às 3:50 pm
Eu acho um tédio, Michel. Não consigo entrar nesse clima de “festa do cinema” não.
janeiro 13, 2009 às 5:33 pm
Pra mim é uma tentativa desesperada de criar um mito (a mais). Os EUA gostam dessa sensação de fazer a história “in progress”, inventar conscientemente um ídolo… pelo menos me parece isso.
janeiro 13, 2009 às 5:47 pm
Também fiquei com essa impressão.
janeiro 13, 2009 às 10:31 pm
Mad Men é foda, mas aviso que o ritmo exige uma certa paciencia.
janeiro 14, 2009 às 12:54 am
Ainda tô no começo de Mad Men e o primeiro episódio não me empolgou tanto, mas com o passar do tempo você vai percebendo o brilhantismo da coisa. E eu concordo sobre essas críticas ao GG, mas eu não consigo deixar de me empolgar um pouco com isso, haha.
janeiro 14, 2009 às 2:43 am
O primeiro episódio não é mesmo um dos melhores da série apesar de ser um piloto bem eficaz.
janeiro 14, 2009 às 1:24 pm
Vou ver.