Dia: janeiro 12, 2009

Globo de Ouro

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kate

O que me lembra de um texto do David Denby, do New Yorker, que li recentemente (a íntegra está aqui). Diz assim:

“Está mais claro que nunca: o ano cinematográfico divide-se em duas partes. Há os primeiros nove meses, que são tomados por espetáculos digitais para grandes plateias. São filmes sobre homens que voam, animações com roedores falantes e comédias para o público masculino sobre virgens perdidos numa fábricas de camisinha. E há os três últimos meses, a temporada do Oscar, dedicados a filmes sobre fracasso, morte e o holocausto, a maior parte deles com a presença de Kate Winslet ou Cate Blanchett. Filmes que costumam pecar pela ilusão de que sofrimento e arte são a mesma coisa”

Não vi quase nenhum dos concorrentes ao Globo de Ouro, por isso deveria ficar bem quietinho. Mas não dá para desconsiderar que, em premiações desse porte, o que conta é a performance no palco televisivo. E às vezes só isso. Daí que tudo bem, Mickey Rourke deve estar fantástico em The wrestler, mas o que se celebrou na cerimônia de ontem foi a presença de Rourke naquele teatro, simplesmente isso: the underdog story, ao vivo e a cores. 

Assistir a uma dupla premiação de Kate Winslet, por exemplo: dá audiência, é surpreendente, prega um susto na atriz, mas que sentido isso tem? É uma espécie de protesto dos jornalistas estrangeiros contra a péssima qualidade das atuações femininas em Hollywood? Pra mim soa como mais um factóide (mais ou menos como puxar todo o elenco do Batman no tapete vermelho para comentar sobre Heath Ledger). Amanhã à tarde, já teremos nos esquecido de tudo isso.  

A lista de premiados está aqui (e ok, vocês venceram: vou começar a ver Mad men).