20 melhores álbuns de 2008 (Parte I)

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Você já conhece a da New Musical Express, a da Rolling Stone, a da Spin e a da Uncut. Agora vamos ao que interessa, certo? Depois de um trabalho infernal para separar o joio do trigo, eleger favoritos, descartar fortes candidatos e (mais importante!) não trair a sagrada opinião desimportante do sujeito metidão aqui, consegui chegar a um consenso comigo mesmo e concluir esta incrível, imperdível, completa, integral e íntegra lista de 20 melhores álbuns de 2008.

Aos que também esperavam por um top de melhores músicas, desculpe decepcioná-los: este foi um ano tão bacana para esta velha e desacreditada forma de arte (o álbum!) que preferi me concentrar neles. Claro (e vocês estão certos), há belíssimas músicas empacotadas em discos que não têm nada de mais (exemplo: Hollow man, do R.E.M.), mas deixo esse trabalho para pessoas mais pacientes e qualificadas.

Antes de estourar o champanhe, pense aí comigo: quantos bons álbuns você ouviu em 2008? Eu selecionei uns 40, 50. Chegar aos 20 foi um processo infernal, acredite.

Se os álbuns são os zumbis da música pop, 2008 foi digno de filme de George A. Romero. Eles retornaram aflitos por sangue. Você também decretou a morte dos monstrengos? Então, meu amigo, não apague as luzes. 

Taí a contagem regressiva, doa a quem doer. Amanhã tem mais.

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20. Offend Maggie – Deerhoof

Sintonizado nos riffs secos do hard rock setentista (e um novo guitarrista), o Deerhoof embarca numa descompromissada fase de crescimento. Depois de um álbum de digestão acelerada, quse pop (o ótimo Friend opportunity), Offend Maggie é a tarde descansada e longa em que os adultos ensaiam na garagem.

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19. London zoo – The Bug 

Com um exercício de paranóia que só encontra paralelo nas sombras de Pre-millenium tension, de Tricky, Kevin Martin cria um álbum de dance music (fragmentado, a navegar entre tantas referências musicais) a partir das possibilidades do reggae – uma boa desculpa para transformar a pista num pesadelo.

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18. Modern guilt – Beck 

Ao lado do parceiro/editor Danger Mouse, Beck Hansen encontra o foco perdido na fase que seguiu Sea change (2002). Curiosamente, é o momento mais desiludido do nosso herói desde então – e a crise, para nosso desespero, não pode mais ser solucionada com o remendo de um coração partido. Hey, o que você vai fazer?

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17. Visiter – Dodos

Tem a aparência do making of de uma obra-prima: despreocupados com a necessidade de afirmar uma identidade ou de forjar um conceito, o duo Dodos segue em várias direções num álbum que impressiona pela falta de vergonha na cara: tantas idéias, tantos acordes e lindas melodias. Aos quatro ventos.

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16. You & me – The Walkmen

Um álbum de Frank Sinatra remixado pelo My Bloody Valentine? Estamos perto da sensação de doce desespero que o Walkmen encontra neste que, se não conta como o melhor trabalho de uma carreira irregular, merece ser lembrado pela coragem de bancar o tom excessivo de um drama romântico. Com a alma (e a garganta) rasgando.

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15. Tha Carter III – Lil Wayne

Em um ano sem grandes eventos bancados pela (caduca) indústria fonográfica, um rapper desbocado e debochado provou que um verso hilariante às vezes vale mais que as pretensões épicas. E, vamos lá!, esta é uma superprodução com noção do próprio ridículo: tudo o que falta aos álbuns do Metallica, do Guns n’ Roses e do Coldplay.

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14. At Mount Zoomer – Wolf Parade

Entenda como um tiro no pé: depois de se desdobrar em uma série de projetos paralelos (meu preferido: Sunset Rubdown), os canadenses evitam uma reunião festiva, se metem num pântano criativo e saem de lá com uma atualização do rock progressivo dos anos 70 que soa como um pedregulho. Susto.

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13. Shapeshifters – Invincible

Das rodovias cinzentas de Detroit, Ilana Weaver narra o apocalipse do mundo capitalista. A trilha sonora para a crise econômica também é o álbum de hip hop mais provocativo do ano. À margem das paradas de sucesso (que preferem Lil Wayne), a rapper nos lembra que política e melodia podem se entender.

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12. Third – Portishead

Um álbum com porte de acerto de contas: depois de uma pausa de dez anos, o Portishead cobra o direito de fazer arte para o século 21 – e não apenas de ostentar a condição de um símbolo soberano do trip hop. Por isso mesmo, é um álbum arriscado, às vezes frustrante, que tateia novos caminhos a partir de um conceito simples: o eixo da banda está na voz de Beth Gibbons. O resto é aventura.

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11. Fleet Foxes – Fleet Foxes

Uma banda de rapazes que gostam de cantar: a definição da Sub Pop para uma maiores revelações de 2008 é tão modesta quanto verdadeira. Combustível do som aéreo do Fleet Foxes, o canto (e o convite para que cantemos juntos) é o elemento que explica o espírito grande de um pequeno álbum indie. Adoça o novo folk rock sem perder a força bucólica essencial do gênero.    

9 comentários em “20 melhores álbuns de 2008 (Parte I)

    Diego disse:
    dezembro 14, 2008 às 5:10 pm

    Espero que você faça justiça e coloque Cut Copy no top 10. Nenhuma revista está se lembrando deles!

    Filipe disse:
    dezembro 14, 2008 às 5:32 pm

    Acho que tem 4 ai que devem entrar na minha listinha.
    Agora tem meia duzia de discos de hip hop melhores que o Tha Carter III.

    Diego disse:
    dezembro 14, 2008 às 5:35 pm

    Também não entendo o auê em torno do Lil Wayne. Nem do Deerhoof ou do The Bug, que tem cara de Spank Rock emaconhado.

    Diego disse:
    dezembro 14, 2008 às 5:35 pm

    E acho que o Fleet Foxes entraria na minha lista de piores, haha.

    Filipe disse:
    dezembro 14, 2008 às 6:32 pm

    Pow, o The Bug é o foda, apesar do Tapping the Conversation ser melhor que este novo.

    Fleet Foxes tu estas sozinho Diego, mas não se preocupa que na minha lista d melhores não entra não hehe

    Tiago respondido:
    dezembro 14, 2008 às 9:48 pm

    Indica aí a meia dúzia de discos de hip hop melhores que o do Lil Wayne pra eu ouvir, Filipe.

    E poxa, Diego, Fleet Foxes na dos piores é gozação.

    Daniel Pilon disse:
    dezembro 15, 2008 às 4:37 pm

    Gosto de todos aí (só não ouvi The Bug), mas só 2 constam entre os meus 20: Beck e Dodos.

    Tiago respondido:
    dezembro 15, 2008 às 4:46 pm

    Acho que minha lista de 10 mais coincide mais com a sua.

    renato disse:
    dezembro 26, 2008 às 3:58 pm

    Britney Spears “CIRCUS”!

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