Mamma mia!
Mamma mia!, 2008. De Phyllida Lloyd. Com Meryl Streep, Pierce Brosnan e Colin Firth. 108min. *
Este filme foi feito para um público muito específico: os fãs do ABBA. Não faço parte dessa seita. Foi mal. Um abraço.
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Agora, sem entrar em méritos de qualidade musical, importância para o mundo pop, valor kitsch, intensidade de gostosura ou o raio que o parta: existe todo um novo conceito de caça-níquel nessa mania dos musicais inspirados em canções conhecidíssimas e batidíssimas. Não existe? Tipo: você cai de amores por um filme que costura umas 50 músicas dos Beatles? E verte lágrimas por um hit perdido do Elton John interpretado pelo Ewan McGregor? Uma galera adora. Fico incomodado só de imaginar Like a virgin – The musical e em We are the champions – The movie, ou em I still haven’t found what I’m looking for – esse último, com direção de Neil Jordan.
Não há limites para a picaretagem? Em Mamma mia!, astros tarimbados como Meryl Streep e Pierce Brosnan interpretam hits como Gimme! Gimme! Gimme!, Honey, honey, Money, money, money e I do, I do, I do, I do, I do. Ok, há quem goste. Ok, há um (argh) valor kitsch nessa presepada. Mas não é nada que vá além da importância de um DVD de greatest hits.
Para quem só conhece os suecos graças a Dancing queen, o filme faz o favor de reativar um debate antigo e polêmico: tudo bem que os hits da disco music sobrevivem a tudo, mas o que dizer das baladas do ABBA? Elas merecem algum crédito? Algum apreço? Alguma consideração? Tudo o que encontrei na cena em que Meryl Streep interpreta The winner takes it all foi um arremedo de Celine Dion. “Mas a música tem toda uma importância dentro do contexto da banda”, argumentou uma fã indignada. Tá, tudo bem, fã é fã, pode ser até que a música tenha lá alguma graça, mas é uma interpretação que arrepia de pânico até os cabelos da minha bunda. E aquela câmera lenta, cacilda?
Se a idéia era ressaltar o potencial kitsch das canções, por que um visual tão genérico, tão padrão-Disney? Por que esse clima de aniversário de criança de nove anos de idade? Perto dos delírios de um Moulin rouge ou de Priscilla, a rainha do deserto, Mamma mia! parece ainda trancado no armário, com medinho de vomitar purpurina e gloss na multidão. Eu prefiro o Hairspray. Do John Waters.
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E quando filmarem os hits do Roxette? Medo.
setembro 10, 2008 às 8:54 pm
Roxette, ainda gosto.
setembro 10, 2008 às 8:58 pm
Diego, vc gosta de Sex on fire. Não vale.
setembro 10, 2008 às 10:45 pm
Muita gente gosta de Sex on Fire. E de Roxette.
setembro 10, 2008 às 11:19 pm
Eu era fã de Roxette quando eu tinha 11 anos.
Mas Sex on fire… Não.
setembro 11, 2008 às 2:09 am
Muita gente gosta de Abba também, Diego.
setembro 11, 2008 às 2:13 am
Se não me engano, o Abba tem mais fãs que o Roxette.