Dia: julho 6, 2008
Stop-loss – A lei da guerra **
Já com data marcada para lançamento em DVD por aqui (25 de agosto), este Stop-loss confirma a sina de filmes sobre a guerra do Iraque: provocou um certo falatório à época do lançamento, mas acabou desacreditado logo que começou a cheirar a fracasso de bilheteria (custou US$ 25 milhões, arrecadou só US$ 10 mi).
Discussões financeiras à parte, é uma pena que não tenha chegado aos nossos cinemas. O que interessa aqui é ver um grande estúdio norte-americano (a Paramount) tatear o drama de jovens soldados e refletir sobre temas que ainda fervem no noticiário. Mesmo que no formato de um melodrama mais tímido que metade dos seriados exibidos na tevê.
O discurso é o de um panfleto anti-guerra bastante desiludido, como que um encontro entre Amargo regresso e Rambo – Programado para matar. Ryan Phillippe é o soldado veterano que retorna do Iraque e, ainda não muito adaptado à vidinha no Texas, descobre que teve a baixa prorrogada (procedimento que, em inglês, atende por stop-loss). Inconformado e confuso, ele se nega a retornar ao front, abandona o quartel e foge em direção a Washington, onde tenta encontrar um senador que resolva o libere da obrigação com o exército. É on the road que ele acaba descobrindo a condição de outros soldados que peitaram o Estado: são heróis tratados como marginais.
É uma denúncia feita no calor do momento – nos letreiros finais, o filme nos informa que 81 mil soldados receberam ordens para voltar à guerra. A diretora Kimberly Peirce, de Meninos não choram, defende a premissa como pode: com um tom emocionado, de desabafo, ainda que não tão cruel quanto o de Redacted, por exemplo.
O recurso de flashback é usado a torto e a direito, o que dá à narrativa um ar até sensacionalista mesmo. Já a necessidade de moldar o personagem de Phillippe para que caiba no perfil de um produto da violência banalizada descamba em uma inevitável simplificação – desnecessária a seqüência em que ele pune um grupo de bandidos de rua com truculência além da medida.
Um projeto irregular, sem dúvida, e que mal consegue uma comunicação direta com o público que pretende atingir (a palavra é essa mesmo, existe uma espécie de missão conscientizadora em ação). Mas deixa um certo impacto, carregado de revolta e impotência, que soa até como um tilt, um defeito de fabricação.
Loser, baby
Beck, o nerd do ano, revela ao New York Times o quão penoso foi gravar Modern guilt. E que não usa telefone celular ou acessa muito a internet (ficou sabendo de In rainbows, por exemplo, meses depois do lançamento). “Meu disco soa como que gravado às duas da manhã, depois de deus-sabe-quantas semanas de tentativas”, ele diz. E não é que parece?