Dia: abril 9, 2008

‘This is not the world’ The Futureheads **

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O Futureheads parece sublinhar, a cada nome, a carga humorística do próprio nome. Este álbum consegue soar ainda mais anacrônico que o anterior, News and tributes, quando o grupo decidiu fechar o sorriso e escrever canções mais “adultas”, sobre dilemas amorosos e traumas afins. Ainda bate saudade do primeiro disco, quando eles davam agulhadas em nossos sensíveis ouvidos com canções curtas, econômicas e deliciosamente irônicas. Hoje tentam recuperar a aparência jovial, mas ainda saem numa busca fútil por hits em formato convencional. Não é a deles.

Poderia ter sido um descompromissado disco de virada, já que foi lançado por um selo pequeno, mas está longe de deixar essa impressão. O que só aumenta a decepção de quem ainda aguardava o grande retorno. A banda recuperou o gosto por uma poesia pop quebradiça e bem-humorada (faixas como Work is never done, Broke up the time e The beginning of the twist poderiam estar no disco de estréia, ou pelo menos no lado B dos primeiros singles), e o álbum até funciona como coletânea de faixas-de-trabalho (mais ou menos como o novo do We Are Scientists), só que é triste como eles ressaltam com tanto entusiasmo o fato de que nunca serão o novo Gang of Four.

Coração vagabundo *

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Um dos principais destaques da edição brasiliense do festival É Tudo Verdade, que começa na próxima terça, é este perfil de Caetano Veloso, gravado durante a turnê do A foreign sound. Destaca-se, bom ressaltar, mais por causa do personagem que pelo filme em si. O registro nos apresenta um músico globetrotter, que tenta justificar com todo tipo de argumento um álbum tratado no Brasil com má-vontade. Hoje sabemos que o disco não alcança os joelhos de , o que torna o documentário ainda mais eficiente como raio-X de um momento específico (e notem como o compositor parecia mais envelhecido e cansado naquela época do que atualmente). De qualquer forma, o diretor não consegue transcender as convenções do gênero nem enveredar corajosamente na vida doméstica de Caetano, o que acaba rendendo um longa com aparência de extra de DVD.

PS: Falando em viagens internacionais, o Filipe Furtado está em Buenos Aires e (mais incrível ainda) atualizando o blog dele com comentários sobre filmes que veremos deus-sabe-quando. Ele também levou Jumper excessivamente a sério, mas descontemos isso.