Dia: janeiro 31, 2008

‘Odelay: deluxe edition’ Beck ****

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odelay.jpg…E aí passo a notar que estou ficando velho. Edição de luxo para Odelay? Começo a entender o que meu padrasto sente toda vez que decidem comemorar algum aniversário de Dark side of the moon.

Dizem que definimos inclinações musicais até os 20 anos de idade. Ouvi este álbum pela primeira vez quando eu tinha uns 15. É um daqueles discos que nunca conseguirei escutar de uma forma distanciada, como quem analisa os movimentos de um hamster. O mesmo acontece com Nevermind, Siamese dream e Achtung baby!, para ficarmos nos casos mais sintomáticos.

Este pacote deluxe inclui Deadweight (da trilha de Por uma vida menos ordinária) logo no primeiro CD, no finalzinho da versão remasterizada do álbum original. Uma opção polêmica, já que a faixa diz mais sobre os climas tropicais de Mutations que sobre a colagem frenética (e genial) de Odelay. Tudo bem. Depois dela, incluíram uma bagunça chamada Inferno, que se junta a outra faixa meio desconhecida e ótima: Gold chains.

O segundo CD, com sobras e curiosidades, é balaio de gatos. Mostra, acima de tudo, como Beck esgotava as possibilidades de cada canção em diferentes formatos, do punk ao funk. Tal como as edições mais recentes da discografia do Pavement, o curioso aqui é tomar o disco como uma espécie de caderno de rascunhos para uma obra-prima. Eu me emocionei. Mas esse, meus caros, sou eu.