Across the universe *

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Ganha um doce quem adivinhar que música toca quando o herói introspectivo dá um trago no cigarro de maconha e olha para um punhado de morangos. Hem? Hem?

E quando a menina chamada Prudence, meio deprê, se recusa a sair de um quartinho fechado? Ahn? Ahn?

E quando os meninos e meninas de Nova York decidem fazer uma revolução, já que todos nós queremos salvar o mundo?

Extremo oposto de I’m not there, aí está um filme que fará o admirador mais relapso dos Beatles acreditar que sabe absolutamente tudo sobre o quarteto de Liverpool. Não é um musical sobre os Beatles, nem a partir dos Beatles, nem ao redor dos Beatles, nem através dos Beatles. É um musical que ilustra as letras dos Beatles, e parte do princípio de que Lennon & McCartney escreviam canções tão genéricas que podem ser usadas ainda hoje para remeter a cada um dos estereótipos sobre uma certa década de 60 que talvez nunca tenha existido.

Não deixa de ser ambicioso, bem-intencionado. Mas sabemos que reduzir a arte dos Beatles ao conteúdo das letras é mais ou menos como limitar o gênio de Bob Dylan ao talento para a construção de melodias. Os arranjos da trilha sonora às vezes lembram versões de hard rock farofa (à The Darkness) ou prog rock de quinta categoria – o que é, no mínimo, um pecado.

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