Three times ****

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O primeiro Hou Hsiao-Hsien que vejo, e meu amigo…

Ele dirigiu quase 20 longas-metragens, que infelizmente ficam escondidos no breu que separa distribuidores desatentos de cinéfilos que não sabem o que estão perdendo. É aquele velho problema: se o cineasta não trabalhasse com uma lentidão (totalmente justificada) no trato com as imagens, seria cultuado por um público bem maior. Em resumo: a sessão desse filme foi uma espécie de ritual secreto abarrotado de chineses (caídos de pára-quedas de um coquetel) e três ou quatro gatos-pingados conquistados pela aura de importância (totalmente justificada) criada em torno do diretor.

E o filme? Três histórias de amor, em três períodos históricos diferentes, em três registros complementares. A primeira, tomada por uma certa maresia, é como uma lembrança doce de adolescência – estamos nos anos 1960. A segunda é adulta, doída, com personagens empacados em papéis sociais – em 1911, e recursos de cinema mudo. O terceiro chega a 2005 em compasso frenético de incertezas, de trânsito veloz, de identidades totalmente borradas. É cinema com tantas possibilidades de aproximação, e filmado com tanto esmero, que obriga um punhado de revisões. Se alguma boa alma decidir lançar em DVD por aqui, será meu filme de cabeceira. Em película e com potentes caixas de som, é experiência que não se esquece.

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